Convivendo com o câncer ginecológico avançado: em foco a mulher e seus familiares

Publication year: 2002
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Este estudo é o resultado de minha preocupaçäo, enquanto enfermeira e docente de enfermagem, com as mulheres com câncer ginecológico avançado, bem como com as enfermeiras que participam do cuidado a estas pacientes. Dessa forma, minha trajetória, neste trabalho, é voltada para a compreensäo da vivência das enfermeiras no cuidado de mulheres com câncer ginecológico avançado. Para esta finalidade optei por realizar uma pesquisa qualitativa onde os sujeitos foram dez enfermeiras que atuam em um Serviço de Enfermagem em Oncologia de um hospital-escola da cidade de Campinas. A coleta e a análise dos dados foram realizadas de acordo com a proposta de Taylor e Bogdan.

Da análise dos dados emergiram oito temas:

"Näo Sabendo como Enfrentar a Dor da Paciente"; "A Enfermeira Diante da Situaçäo de Morte"; "A Dificuldade em Relacionar-se com a Paciente"; "Identificando-se com a Paciente"; "Sentindo-se Impotente"; "Adotando Formas de Enfrentamento"; "As Condiçöes de Trabalho" e "A Questão da Formaçäo da Enfermeira", que permitiram conhecer e compreender a experiência vivenciada pelas enfermeiras no cuidado à mulher com câncer ginecológico avançado. O estudo evidenciou que a demanda de cuidado de enfermagem nessas pacientes repercute no desempenho das enfermeiras, tanto na área técnica como na expressiva. Este cuidado é considerado tarefa difícil pelas enfermeiras, devido ao confronto com as desfiguraçöes corpóreas, a dor, a proximidade da morte, a formaçäo acadêmica insuficiente e as condiçöes de trabalho insatisfatórias, demonstrando que näo há uma real interaçäo entre a enfermeira e a paciente. A partir destas consideraçöes fica evidente que a interaçäo efetiva, a formaçäo de vínculo, enfim, o relacionamento interpessoal de cunho terapêutico é necessário e implica uma necessidade de autoconhecimento, mostrando-se como elemento significativo na vivência da experiência e, conseqüentemente, na qualidade da assistência a estas pacientes

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