A expressäo da desigualdade social na mortalidade infantil, no município do Embu

Publication year: 2002
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina. Curso de Pediatria to obtain the academic title of Doutor. Leader:

0 objetivo deste trabalho foi construir uma explicação processual, à luz das classes sociais, para o comportamento da mortalidade infantil no município do Embu, estabelecendo uma síntese explicativa para o fenômeno, dentro do marco conceitual da desigualdade social e propondo formas de enfrentamento do problema por meio de ações de Saúde Pública. É um estudo que se dá no campo da medicina e busca outras abordagens, como a das ciências humanas, em especial a da sociologia, através da utilização de uma abordagem quantitativa e qualitativa referenciada numa concepção metodológica denominada paradigma emergente, que se contrapõe ao modelo de racionalidade da ciência moderna. Parte de um estudo realizado em 1996, que avaliou os diferenciais intra-urbanos através da construção de indicadores compostos para estudo das condições de vida nas diferentes áreas do município e agrega um segundo estudo que utilizou a realização de entrevistas fechadas às famílias das crianças que faleceram antes de completar um ano de vida, residentes no Embu, nos anos de 1996 e 1997, construindo, com os dados obtidos de fonte secundária (declarações de óbito) e de fonte primária (entrevistas dos dois estudos), categorias analíticas, segundo o lugar que a família ocupa na estrutura produtiva e as condições de reprodução social. Mostrou, após a análise das categorias - condições de vida, trabalho e renda, escolaridade, cenário reprodutivo, acesso a serviços de saúde, condições do meio ambiente - que a forma de ocorrência dos óbitos no primeiro ano de vida é uma expressão das desigualdades sociais que surgem em decorrência da divisão social do trabalho, da dominação do capital sobre o trabalho e agravadas pelas condições econômicas e sociais determinadas pela hegemonia neoliberal. E por fim, discute que o entendimento das inter-relações que envolvem o fenômeno da mortalidade infantil tem o objetivo de politizar o enfrentamento do problema, devendo considerar as diferentes oportunidades de acesso aos bens e serviços de cada classe social e, propõe uma intervenção de caráter intersetorial e interdisciplinar, como forma de minorar os efeitos da desigualdade, em contraposição às políticas de focalização que visam, unicamente, a diminuição do coeficiente de mortalidade infantil

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