Utilizando fundamentalmente a produção de Juliano Moreira, um dos mais importantes psiquiatras brasileiros, a autora nos revela uma descontinuidade, tanto no nível do saber como no da prática, na história da psiquiatria brasileira. É sobretudo a partir do surgimento do conceito de anormal como uma forma de psicopatologia que esta descontinuidade se estabelece. Com a noção de anormalidade introduzida na medicina mental por Émil Kraepelin, na Alemanha, e importada para o Brasil por Juliano Moreira, a psiquiatra ultrapassa os muros do hospício e estende seu território por todos os campos do cotidiano.