Anemia, retardo do crescimento e enteroparasitoses em escolares da rede pública de Maceió, Alagoas

Publication year: 2001
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Materno-Infantil de Pernambuco to obtain the academic title of Mestre. Leader: Santos, Leonor Maria Pacheco

Com o objetivo de avaliar as prevalências da anemia ferropriva, do retardo pondo-estatural e das enteropasitoses, entre os escolares alagoanos, bem como, a associação entre essas variáveis, realizou-se em 22 escolas públicas (estaduais e municipais), da área urbana de Maceió, Alagoas, um estudo transversal, com uma amostra probabilística de estágios múltiplos, constituída por 454 alunos, da 1ª série, do 1º grau, de 6 a 10 anos, selecionados aleatoriamente. O retardo pondo-estatural foi avaliado através dos indicadores A/I, P/I e P/A, adotando-se os valores classificados abaixo de -2,0 DP da referência do NCHS. O diagnóstico da anemia foi obtido através da dosagem da concentração de hemoglobina (HGB), no sangue colhido pela venipuntura e analisado pela cianometahemoglobina, considerando-se os dois pontos de corte, estabelecidos pela OMS:<11.5 g/dL e <12,0 g/dL. As enteroparasitoses foram determinadas pelo método coprotest, no material colhido de 405 crianças da amostra. Foram obtidas as seguintes prevalências com relação ao retardo pondo-estatural: A/I=6,2 por cento , P/I=4 por cento e P/A=3 por cento. A anemia foi diagnosticada em 9.9 por cento dos escolares. A prevalência geral das enteroparasitoses foi de 38,5 por cento, sendo Ascaris lumbricoides, o parasito mais frequente (22 por cento) seguido de Giardia lamblia (9,9 por cento), Trichuris trichiura (6,7 por cento) e ancilostomídeos (1,5 por cento). Não houve associação entre as variáveis do estudo. As baixas prevalências diagnosticadas no retardo pondo-estatural podem estar refletindo uma situação encontrada nas pesquisas, realizadas no País, denotando a melhoria do estado nutricional das crianças brasileiras, ou mostrando a adaptação orgânica. Evidenciam a condição nutricional de crianças no ambiente escolar, que provavelmente, é freqüentado pelos alunos mais saudáveis, considerando-se a situação que vivenciam : 80 por cento dos pais eram analfabetos ou não completaram o 1º grau e a renda familiar auferida, através de ocupações de baixa remuneração, não ultrapassava a faixa de três salários mínimos, em 86,4 por cento das famílias. As prevalências da anemia, nos dois pontos de corte, revelam a gravidadde do problema e a necessidade de implementação de amplas medidas de combate às enteroparasitoses e às carências nutricionais para que o potencial máximo de saúde, crescimento e desempenho seja alcançado pelos escolares.

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