Caracterizaçäo dos determinantes sócio-culturais que influenciam adolescentes na atitude de ser "doador de órgäos"
Publication year: 2001
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de säo Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Mestre. Leader:
Usando os pressupostos da Teoria da Açäo Racional (TRA) de Fishbein; Ajzen (1980), procurou-se verificar o conhecimento de estudantes de nível médio para identificar crenças pessoais e normativas mais significativas em relaçäo ao transplante e doaçäo de órgäos. A pesquisa foi realizada em duas escolas da rede pública do município de Säo Paulo, com alunos do ensino médio, do período diurno e noturno, durante o segundo semestre de 2000. A populaçäo foi constituída por 94 alunos. O resultado configura que o grupo apresenta baixo conhecimento sobre doaçäo de órgäos, pois 39,4 porcento consideram a morte como a perda da funçäo cerebral com parada cardíaca; 39,4 porcento näo sabem o momento em que se pode ser um doador; 35,1 porcento näo sabem o conceito de morte encefálica; apenas 45,7 porcento referem que qualquer pessoa pode ser doador; 58,5 porcento acreditam que apenas indivíduos com compatibilidade sangüínea podem ser receptores, e 80,9 porcento consideram seu conhecimento insuficiente. Foram evidenciadas dez crenças positivas ou "mais favoráveis" relativas ao comportamento de ser doador de órgäos, sendo elas: 1)o ato de doar órgäos näo é uma forma de comprar o perdäo por pecados praticados, para 87,2 porcento; 2)o espírito näo fica preso à parte do órgäo doado se ele continuar a funcionar em outros corpos, para 85,1 porcento; 3)a doaçäo de órgäos näo é um ato doloroso, pois a alma näo permanece ligada ao corpo físico, para 73,4 porcento; 4)60,6 porcento näo consideram que a doaçäo acarrete despesas extras para a família; 5)44,7 porcento näo acham que a aparência do doador se modifica; 6)41,5 porcento consideram que podem ser doadores porque, depois da morte, para mais nada seus órgäos serviräo; 7)39,4 porcento säo doadores porque isso implica responsabilidade; 8)a última saída para salvar uma vida näo é o transplante, para 34,0 porcento; 9)31,9 porcento entendem como ato de nobreza ser doador de órgäos; 10)28,7 porcento näo tem medo de doar seus órgäos. Salientaram-se, também, sete crenças negativas ou "menos favoráveis" à doaçäo de órgäos, sendo elas 1)66,0 porcento näo autorizariam a doaçäo dos órgäos de um familiar, por näo terem discutido o tema com ele...