Dor crônica: categoria diagnóstica ou síndrome?

Publication year: 1999
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Professor Livre Docente. Leader:

O pressuposto básico deste estudo foi o de que a dor crônica é uma síndrome composta por vários diagnósticos de enfermagem. Buscando evidências de que existe uma composiçäo de diagnósticos que se mantém estável independentemente da etiologia da dor crônica, foram estabelecidos os seguintes objetivos: caracterizar a dor de pacientes com dor crônica oncológica e näo oncológica segundo intensidade e qualidade; comparar os perfis de diagnósticos de enfermagem entre desses dois grupos, em termos de qualidade e freqüência; sugerir diagnósticos de enfermagem componentes de possível síndrome da dor crônica.

A populaçäo do estudo foi composta por 114 doentes em tratamento ambulatorial de dor crônica divididos em dois grupos:

68 (59,6 porcento) com dor crônica oncológica e 46 (40,4 porcento) com dor crônica não oncológica. A idade média dos doentes foi de 53,1 anos; 54,4 porcento era do sexo feminino, e o tempo médio de escolaridade foi de 5,4 anos. Os registros das primeiras consultas de enfermagem realizadas em 1996 e 1997 foram a base para a formulaçäo dos diagnósticos e fonte dos dados para caracterizar a dor. Para comprarar os grupos quanto às variáveis estudadas foram aplicados testes näo paramétricos. Foram aceitos, para compor possível síndrome da dor crônica, os diagnósticos posicionados, pela sua freqüência, acima do Percentil 75 e que näo tiveram diferença estatística de freqüência entre os dois grupos. Os resultados permitiram concluir que os doentes com dor oncológica referiram dores mais intensas do que os com dor näo oncológica; nos dois grupos a intensidade média de dor foi moderada e as médias do número de descritores escolhidos e do índice de dor do Questionário McGill ficaram mais próximas dos limites superiores dos intervalos possíveis de variaçäo. Quanto aos diagnósticos de enfermagem, no grupo de doentes com dor oncológica, houve 353 diagnósticos (média de 5,2 e variaçäo de 1-12) e no de dor näo oncológica 191 (média de 4,1 e variaçäo de 1-9). O número de diagnósticos no grupo com dor oncológica foi maior do que no grupo com dor näo oncológica. Das 36 categorias diagnósticas identificadas para o conjunto da populaçäo, 6 tiveram freqüências estatisticamente superiores na dor oncológica: obstipaçäo, alteraçäo nutricional: menos que o corpo necessita, alteraçäo sensorial gustativa, risco de aspiraçäo, deglutiçäo prejudicada, alteraçäo dos processos de pensamento + confusäo mental + memória prejudicada. Os diagnósticos "risco para...

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