Direitos reprodutivos e a assistência às pessoas vivendo com HIV/AIDS: um diálogo possível?

Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Saúde Materno-Infantil to obtain the academic title of Mestre. Leader:

Objetivando compreender o modo como foram tratadas as demandas das pessoas vivendo com HIV/Aids em serviços de saúde especializados no Município de Säo Paulo, desenvolveu-se estudo qualitativo utilizando-se da observaçäo participante como estratégia metodológica. Foram observadas e registradas em diário de campo atividades rotineiras tais como consultas com diferentes profissionais, atividades grupais, discussäo entre as equipes e discussöes de casos, além do registro de depoimentos dos profissionais e usuários a respeito do tema. Para análise, adotou-se a perspectiva teórica do processo de trabalho em saúde e necessidades de saúde e dos Direitos Reprodutivos. De modo geral, os trabalhadores expressaram a compreensäo de que as demandas reprodutivas eram das mulheres e ligadas ao controle da transmissäo materno infantil do HIV. Questöes como contracepçäo, reproduçäo, infertilidade, por exemplo, näo foram reconhecidas como necessidades e/ou demandas dos usuários. Foi observado que os trabalhadores precisaram revisar as práticas assistenciais diante da manifestaçäo pelo desejo da gravidez. As conclusöes indicam a necessidade de evidenciar as diferentes racionalidades presentes no espaço assistencial e que väo se configurando, ora pela afirmaçäo de um pólo (o do controle) ora pelas decisöes näo explicitadas pelos usuários e consubstanciada no "aparecimento da gravidez". Ainda parece necessário o reconhecimento da autonomia das pessoas vivendo com HIV/Aids quanto às decisöes para que essas possam ocorrer em condiçöes de menor risco. Para ir ao encontro dessa finalidade é necessário compreender as diferentes racionalidades que envolvem o contexto do controle da epidemia do HIV/Aids.

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