Alterações hepáticas em pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida avaliação histopatológica e ultra-estrutural estudo através biópsias hepáticas

Publication year: 1998
Theses and dissertations in Portugués presented to the Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz to obtain the academic title of Doutor. Leader: Andrade, Zilton de Araújo

Os objetivos são:

avaliar a utilidade da biópsia hepática em esclarecer a situação clínica de pacientes com SIDA que apresentam hepatomegalia, elevação sérica de enzimas hepáticas e/ou febre de origem desconhecida; caracterizar as alterações histopatológicas e ultra-estruturais hepáticas, identificar microorganismos oportunistas, identificar processos neoplásicos e avaliação das alterações sinusoidais. Foram analisadas 130 biópsias hepáticas de pacientes com SIDA, que apresentavam pelo menos hepatomegalia e febre de origem desconhecida. Em 57 pacientes havia dosagem de aminotransferases e em 48 havia avaliação numérica dos linfócitos T CD4+ e CD8+, no sangue periférico. A biópsia hepática foi considerada diagnóstica em 46 dos casos, incluindo 22 de infecção micobacteriana, 9 de infecção pelo Histoplasma capsulatum, 4 de infecção pelo Schistosoma mansoni, 1 de infecção pelo Cryptococcus neoformans, 1 de infecção leishmaniótica, 1 de sarcoma de Kaposi, 1 de infiltração por linfoma não Hodgkin e 7 de inflamação granulomatosa, sem evidências de microorganismos. Inflamação granulomatosa foi a mais frequente alteração de tipo inflamatório presente em 29 casos.

Concluímos:

1 A biópsia hepática pode fornecer subsídios para diagnóstico de processos infecciosos e neoplásicos em pacientes com SIDA, que apresentam hepatomegalia e febre prolongada de origem desconhecida. 2. Existe uma maior prevalência em nosso meio, quando comparada com outros países de infecção por micobactérias, agente fúngico e de protozoário. 3. Resposta inflamatória de tipo granulomatoso ocorreu mesmo em casos em que havia níveis baixos de linfóctiso T CD4+, no sangue periférico, e representou o principal padrão de resposta imune inflamatória à presença de agentes infecciosos. 4. Mobilização de células sinusoidais representou um padrão importante de resposta tissular à presença de agentes infecciosos oportunistas. 5. Avaliação ultra-estrutural dos sinusóides hepáticos não revelou alterações importantes. 6. Níveis elevados de aminotrasferases não apresentaram correlação estatistica com a presença de alterações histopatológicas hepáticas. 7. Houve uma evidente associação entre a utilização de drogas ilícitas por via endovenosa e deposição de pigmento enegrecido em tecido hepático, que poderia representar um marcador histológico de grupo de risco. 8. A ocorrência de processos neoplásicos foi menos prevalente quando comparada com alterações determinadas por processos de natureza infecciosa.

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