A epidemiologia da tuberculose em uma cidade brasileira na última década do século XX: uma abordagem espacial

Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Escola Nacional de Saúde Pública to obtain the academic title of Doutor. Leader: Barcellos Neto, Christovam de Castro

Este estudo, do tipo ecológico, objetiva modelar com o emprego de métodos bayesianos completos, a ocorrência da Tuberculose, identificando indicadores e variáveis que caracterizem situação coletiva de risco, a partir de informações sócioûeconômicas dos setores censitários extraídas dos Censos Demográficos e da distribuição da doença em Olinda, nos períodos 1991-1995 e 1996-2000.A primeira etapa da análise dos dados consistiu na análise descritiva da epidemiologia da tuberculose em Olinda no período 1991-2000 e na comparação da distribuição espacial da doença nos períodos 1991-1995 e 1996-2000, por meio de mapas temáticos de incidência média por setor censitário. Em continuação procedeu-se à estimação do risco relativo para a ocorrência da tuberculose em cada setor censitário, no período 1991-1995, utilizando método bayesiano completo e adotando três diferentes abordagens para inclusão de co-fatores sócio-econômicos intervenientes no risco: Indicador Sintético de Carência Social; Análise de Componentes Principais (Primeira Componente - Carência Social); Variáveis sócio-econômicas incluídas no cálculo do Indicador de Carência Social. Por fim, realizou-se a estimação do risco relativo para a ocorrência da tuberculose em cada setor censitário, no período 1996-2000, utilizando método bayesiano completo e considerando como co-fatores intervenientes no risco, variável sócio-econômica e variáveis indicadoras de intensidade de transmissão da doença e/ou efetividade das ações de controle, num único modelo. A análise descritiva da situação da tuberculose detectou uma tendência de crescimento da taxa anual de incidência, que apresentou uma média de mais de 1 caso para cada 1000 habitantes, durante o período 1991-2000.Os resultados obtidos, mediante emprego dos diferentes modelos, ratificam a associação entre carência social e o risco para a ocorrência da doença, apontando variáveis intervenientes e grupos/áreas prioritárias para intervenção. Foi possível identificar como de alto risco, 47 setores censitários da cidade que totalizaram 37,5 por cento do total de casos referenciados, contando com apenas 16,6 por cento da população total.São comparados os diferentes modelos utilizados em termos de capacidade de identificação e classificação do risco, além de confrontar os padrões espaciais deste risco nos períodos 1991-1995 e 1996-2000.

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