Avaliaçäo de uma nova estratégia de controle da malária na Amazônia brasileira

Publication year: 2002
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Brasília to obtain the academic title of Doutor. Leader:

A malária é ainda um importante problema de saúde pública em países tropicais e subtropicais. No Brasil, 99,9 por cento dos casos de malária ocorrem na regiäo da Amazônia Legal, que inclui os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhäo, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Nessa regiäo existem fatores favoráveis à transmissäo da doença, como temperatura, umidade, altitude e cobertura vegetal adequada à proliferaçäo do mosquito vetor. Outros fatores, como condiçöes precárias de habitaçäo e de trabalho, tornam mais fácil o contacto deste vetor com os seres humanos. Por outro lado, existem dificuldades de seu controle: ausência total ou parcial de paredes para aplicaçäo de inseticida, acesso difícil a muitas localidades, precariedade dos serviços permanentes de saúde. A mudança da estratégia global de luta contra a malária, por meio do seu controle integrado e näo mais de sua erradicaçäo, e a implantaçäo do Sistema Unico de Saúde (SUS) no Brasil, com descentralizaçäo das açöes de assistência e controle de doenças, determinaram alteraçäo nas atividades de combate à malária na Amazônia, consubstanciadas no Plano de Intensificaçäo das Açöes de Controle da Malária na Amazônia Legal (PIACM), iniciado em julho de 2000, promovido pela Fundaçäo Nacional de Saúde (FUNASA), do Ministério da Saúde. Avaliar a efetividade do plano na regiäo como um todo e, especificamente, em dois estados onde houve diferenças temporais na sua implantaçäo. Estudo do tipo ecológico, onde a variável independente é a implantaçäo do plano, cuja principal característica é o controle da malária integrado ao SUS. As variáveis dependentes säo os indicadores malariométricos. Os dados foram obtidos junto à FUNASA, nas oito reuniöes de avaliaçäo do PIACM, realizadas em diferentes estados da regiäo até abril de 2001 e em visitas de supervisäo realizadas por técnicos da FUNASA e pelo autor deste trabalho. Dados de precipitaçäo pluvial foram obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). O plano mostrou-se bastante efetivo no controle da malária. A reduçäo observada na sua incidência foi a maior registrada desde 1960, num mesmo período. A reduçäo da incidência da malária ocorreu em todos os estados da regiäo e foi 4,6 vezes maior no Acre do que no Amapá. No primeiro semestre de 2001, o Amapá teve aumento da incidência da malária, em relaçäo a 1999. Porém, no segundo semestre, após a implantaçäo do plano, obteve uma reduçäo de 52,4 por cento

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