Estudo sobre a visceralização da Leishmania (L) amazonensis (Kinetoplastida: Trypanosomatidae) no modelo murino
Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Oswaldo Cruz to obtain the academic title of Doutor. Leader: Costa, Sylvio Celso Gonçalves da
No presente trabalho realizou-se a análise histopatológica dos órgãos de cinco cepas de camundongos experimentalmente infectados com 104 amastigotas de L. amazonensis. Os resultados mostram que no modelo murino o espectro de lesões produzidas por L. amazonensis depende da cepa de camundongos utilizada.O pólo benigno foi observado em camundongos DBA/2, que desenvolveram apenas a forma cutânea simples. Os camundongos BALB/c, C56BL/6 e C57/BL/10 além desenvolverem uma forma cutânea mais grave apresentaram também lesões mucosas. Os camundongos C57BL/6 e BALB/c também reproduziram a forma visceral, sendo que este último desenvolveu lesões mais severas. Em todos os camundongos BALB/c examinados observaram-se lesões no fígado que se caracterizava pela presença de intenso infiltrado inflamatório perivascular, formação de granulomas e metaplasia mielóide. Também foram observadas lesões em baço, rim e linfonodos, nos quais amastigotas eram freqüentemente detectadas. Lesões ósseas e presença de amastigotas na medula óssea foram observadas tanto em BALB/c como em C57BL/6. Apesar dos camundongos C57BL/6 reproduzirem um quadro histopatológico semelhante ao BALB/c, eles apresentaram algumas características peculiares como, por exemplo, ocorrência de extensas áreas de necrose de coagulação e formação de granulomas epitelióides na lesão primária. Um dos achados mais importante foi à detecção de lesões no Sistema Nervoso Central dos camundongos BALB/c e suíço, nos quais foram observados processo inflamatório, necrose e presença de amastigotas. A análise confocal revelou que presença de células T CD8+, células T CD4+, CD11b (macrófago) e células dendríticas. Amiloidose foi observada somente em camundongos suíço e C57BL/6 infectados com formas promastigotas, os quais apresentaram lesões em baço, fígado, rim e em ovário. A análise da matriz extra celular mostrou que as alterações foram mais significativas nas ár, sendo particularmente abundante em torno dos macrófagos vacuolizados. A laminina não sofreu alterações significativas, ao passo que a fibronectina mostrou uma redução moderada nas áreas onde foram encontrados amastigotas.