Prevalência e diversidade genética dos novos vírus humanos TTV e TLMV em Florianópolis, Santa Catarina
Publication year: 2002
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Oswaldo Cruz to obtain the academic title of Doutor. Leader: Niel, Christian Maurice Gabriel
O TTV é um novo vírus humano não envelopado, com um genoma de DNA circular de fita simples com polaridade negativa; foi primeiro identificado no sangue de uma paciente com hepatite pós-transfusional de etiologia desconhecida. Neste trabalho utilizando três ensaios de PCR de diferentes regiões do genoma para determinar a prevalência do TTV em diferentes faixas etárias. Foram coletadas 130 amostras de sangue de crianças e adultos que visitaram o Hospital Universitário da UFSC, em Florianópolis, SC. para atendimento ambulatorial. A prevalência de TTV no soro, utilizando pelo menos um ensaio de PCR, foi de 44 por cento em adultos e de 73 por cento no soro de crianças até 10 anos de idade. Resultados mostram uma alta prevalência da infecção por TTV no sul do Brasil. Recentemente, um outro vírus DNA, circular, não envelopado de fita simples, foi isolado do soro de doadores de sangue japoneses e foi denominado como TTV-Like Mini Virus (TLMV). Pouco é conhecido sobre a prevalência de TLMV em humanos. A prevalência da infecção por TLMV determinada por PCR em 184 amostras de sangue coletadas em pacientes de Florianópolis, SC. foi de 78 por cento, os produtos de PCR dos soros de três pacientes (pacientes A-C) foram clonados e as seqüências nucleotídicas de um total de 16-19 clones de cada paciente foram determinadas. Oito diferentes seqüências foram obtidas para 19 clones derivados do paciente A, 10 seqüências distintas para 17 clones derivado do paciente B e quinze dos 16 clones derivados do paciente C foram idênticos, apresentando apenas duas seqüências distintas. Estes dados sugerem que adultos e crianças estão freqüentemente coinfectados com vários isolados de TLMV de origens diferentes.O TTV apresenta uma grande diversidade genética, apesar de ser um vírus DNA e numerosos variantes altamente divergentes foram identificados. Estes genótipos foram classificados em quatro grupos filogenéticos. Quatro isolados, originários de pacientes japoneses foram denominados vírus YONBAN, pertencendo ao genótipo 21 foi padronizado. Com este ensaio, 48/184 (36 por cento) das amostras de soro e 76/167 (46 por cento) das amostras de saliva, coletadas de pacientes ambulatoriais não selecionados, foram positivos. Verificou-se entre os índios pertencentes a três grupos étnicos da região amazônica, que 18/137 (49 por cento) eram positivos. A análise filogenética mostrou que três isolados de índios formavam um subgrupo separado dentro do genótipo 21.