Reinfecção por Leishmania L amazonensis no modelo murino: um estudo histopatológico e imunohistoquímico

Publication year: 2002
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Oswaldo Cruz to obtain the academic title of Doutor. Leader: Costa, Sylvio Celso Gonçalves da

O modelo murino de leishmaniose tegumentar por Leishmania (Leishmania) amazonensis tem trazido contribuições importantes para a avaliação de parâmetros morfológicos e imunológicos da doença. No entanto, a avaliação dos efeitos decorrentes da reinfecção é limitada, devido ao reduzido número de casos humanos estudados e dos resultados experimentais escassos e contraditórios. No presente estudo procedemos à infecção de camundongos BALB/c, C57BL/6 e C57BL/10 com 104 amastigotas de Leishmania (Leishmania) amazonensis, no coxim da pata. Paralelamente a esse protocolo dois outros grupos, infectados da mesma forma, foram reinfectamos aos 30 e 60 dias após a infecção primária, com o mesmo inóculo. Realizamos um estudo comparativo entre os parâmetros morfológicos apresentados na infecção e reinfecção das três cepas de camundongos, bem como analisamos os efeitos da reinfecção sobre a lesão primária. Estudamos a evolução da cinética das lesões primárias e secundárias, a repercussão da reinfecção sobre a carga parasitária nessas lesões, os padrões histopatológicos evidenciados nas mesmas e nos linfonodos de drenagem. Procedemos, ainda, ao estudo imunohistoquímico para a caracterização in situ da relação CD4+/CD8+ de linfócitos T efetores, dos macrófagos (MÆ) e das células dendríticas (DC) responsáveis pela apresentação de antígenos, através de análise confocal. Em nossos resultados não encontramos correspondência entre o tamanho das lesões e a carga parasitária, porém, ocorreram alterações significativas desses parâmetros sob o efeito da reinfecção. Por outro lado, a sobreposição e multiplicidade de padrões histopatológicos encontrados nas lesões primárias e secundárias, nesse modelo, não permitiram identificar um padrão comum de resposta para a infecção ou reinfecção. A análise confocal da imunorreatividade das populações celulares, nos estágios precoces, 48 horas após a reinfecrelações CD4+/CD8+ e MÆ/DC, mostrando que a reinfecção determinou mudanças nessas populações celulares. Essas mudanças, que ocorrem precocemente, podem ser responsáveis pelas modificações observadas na cinética e carga parasitária. O modelo de reinfecção pode ser útil para o estabalecimento de parâmetros relevantes na avaliação de ensaios de vacinação.

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