Gênero, saúde reprodutiva e trabalho: as formas subjetivas de viver e resistir às condições de trabalho

Publication year: 2001
Theses and dissertations in Portugués presented to the Escola Nacional de Saúde Pública to obtain the academic title of Mestre. Leader: Brito, Jussara Cruz de

A presente proposta de estudo, inserida na problemática saúde e trabalho da linha de pesquisa ôRelações de Gênero, Precarização do Trabalho e Saúdeö desenvolvida no Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana/ENSP (CESTH) visa discutir a experiência subjetiva das trabalhadoras em relação à sua vida reprodutiva com uma abordagem que assegure sua voz, ou seja, seus sentimentos, referências e linguagem. O estudo tem como objetivo mostrar a importância da articulação entre gênero, saúde reprodutiva da mulher e trabalho. Neste sentido, a preocupação recai, especialmente, sobre a discussão das formas como as mulheres vivem e resistem às condições de trabalho potencialmente prejudiciais à saúde, incluindo-se a saúde reprodutiva. Tratamos do nexo saúde - trabalho ûgênero considerando a pluralidade conceitual e metodológica respaldados nas discussões das novas dimensões em saúde e trabalho nas diferentes perspectivas analíticas dos temas gênero, sexualidade e saúde reprodutiva apoiados na abordagem da psicodinâmica do trabalho. Os procedimentos metodológicos incluem entrevistas individuais, história de vida tópica e análise documental, envolvendo gestantes do Programa da Gestante Trabalhadora, desenvolvida numa maternidade pública do Rio de Janeiro como um estudo preliminar e a análise dos elementos subjetivos dos modos de vida e trabalho de nove operárias da área de produção de uma indústria de fármacos do município do Rio de Janeiro através de suas narrativas, tendo a fonte oral como base de análise. A investigação proposta visa mostrar a formação da æqualificação invisívelÆ, a construção de novos papéis de gênero, a discussão entre a violência doméstica e a violência no trabalho, a conciliação dos tempos de trabalho, a importância dos laços de cooperação para a defesa da saúde, como se deixa escapar o medo, o desenvolvimento da experiência prática, a conciliação entre gestação, maternidade e trabalho, e as formas de prazer no trabalho. Trata-se de um estudo analítico-exploratório que busca dar visibilidade às experiências femininas na relação saúde reprodutiva e trabalho de forma que contribua para pensar a fronteira entre a busca por saúde e o sofrimento impresso pelo cotidiano de vida e trabalho.

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