Neoplasia intraepitelial cervical: características epidemiológicas e evolutivas de uma coorte de mulheres referidas a um pólo de patologia cervical no Rio de Janeiro

Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Escola Nacional de Saúde Pública to obtain the academic title of Mestre. Leader: Mattos, Inês Echenique

Esta tese apresenta os seguintes objetivos a) Caracterizar o perfil sociodemográfico, reprodutivo e a história clínica das mulheres referidas ao Polo de Patologia Cervical da zona oeste do município do Rio de Janeiro, com diagnóstico NIC I, NIC II e NIC III; b) Determinar a distribuição dos padrões de evolução de patologia cervical da coorte de estudo; c) Avaliar a evolução das mulheres da coorte que foram submetidas à exérese da lesão inicial; d) Determinar a distribuição de diferentes fatores de risco implicados na carcinogênese do colo de útero, na coorte de mulheres com patologia cervical. Foi realizado um estudo exploratório da coorte de mulheres referidas ao Polo de Patologia Cervical de Bangu (Rio de janeiro), com diagnóstico de NIC I, II e III, entre janeiro de 1998 e março de 2000, com a análise uni e bivariada através do X². Procedeu-se a análise pelo método de Kaplan Meier e através da regressão de Cox multivariada.

Resultados:

A coorte de estudo foi composta por 871 mulheres. A idade média foi de 34,78 anos (+ 12,62) e mediana de 33 anos. A idade média de menarca foi de 12,77 anos (+ 1,68), a idade média de início da atividade sexual de 17 anos ( + 3,26). A prevalência de fumantes foi de 35,5 por cento, com tempo médio de fumo de 15,2 ano. Segundo o tipo de patologia cervical, 4,8 por cento eram NIC I, 61 por cento NIC II e 34,2 por cento NIC III. Dessas, 62,1 por cento (541), foram submetidas à exérese da lesão inicial através de biópsia, CAF ou conização a frio. Dentre aquelas que não foram submetidas à exérese da lesão, 43,2 por cento negativaram. Dentre as mulheres tratadas, 37,1 por cento apresentaram falha do tratamento. A idade (RR= 1,013, p< 0,024), tempo de fumo > 20 anos (RR=1,52, p<0,146) e citologia de entrada (RR=1,62, p<0,18) se mostraram como fatores de risco para a persistência de lesão precursora. A idade > 50 anos, o n° de citologias de seguimento (RR=0,9264, p<0,136) e n° de parceiros sexuais (RR=1,163, p<0,4) influenciam o risco de falha do tratamento. O tratamento mostrou um efeito protetor no risco de persistência de lesões pré-neoplásicas (RR=0,4326, p<0,000), independente do efeito da idade. A idade é um importante fator tanto para o risco de persistência de lesões precursoras, quanto para o risco de falha no tratamento das lesões precursoras do câncer. O tratamento conservador das lesões pré-neoplásicas tem um efeito protetor independente do efeito da idade.

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