Adequação da assistência pré-natal entre as usuárias do Sistema Único de Saúde em Juiz de Fora, MG
Publication year: 2002
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Medicina Social to obtain the academic title of Mestre. Leader:
Com o objetivo de avaliar a adequação do processo da assistência pré-natal oferecida às usuárias do Sistema único de Saúde (SUS) em Juiz de Fora (JF), foi realizado um estudo de corte transversal através de auditoria nos cartões das gestantes. Foram revisados os registros médicos de 370 gestações a teimo, cuja resolução ocorreu na Maternidade Therezinha de Jesus-JF, através do SUS, no período entre 1 de janeiro e 30 de junho de 2002. Realizaram-se, também, estudos comparativos de adequação entre os principais serviços de pré-natal de Juiz de Fora e, com uma adaptação de critérios, dos resultados globais juiz-fora nos com os dados já publicados da cidade de Pelotas-RS. A avaliação obedeceu a uma seqüência complementar em três níveis, empregando: a utilização da assistência pré-natal (início e freqüência dos atendimentos) num primeiro nível a complementação dos exames laboratoriais básicos, segundo o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PUPN/2000), no segundo nível- e, no terceiro nível, a adição dos procedimentos clínico-obstétricos obrigatórios numa consulta pré-natal. Observou-se uma alta cobertura (98,8%), uma média de 6,4 consultas/gestante e a idade gestacional média de 17,4 semanas na época da primeira consulta. Apenas 27,6% de cartões de gestante apresentaram resultados adequados quando foi analisada apenas a utilização da assistência pré-natal (índice de Kessner modificado). Com a adição dos exames laboratoriais básicos e dos procedimentos rotineiros, apenas 1,9% e 1,1% dos registros foram considerados adequados, respectivamente. Não foram observadas diferenças significativas no atendimento prestado pelos diferentes serviços da cidade. Na comparação com os resultados de Pelotas-RS, em que foram realizadas adaptações em virtude dos critérios já publicados pela cidade gaúcha, apenas a utilização do pré-natal em Juiz de Fora se mostrou mais adequada (55,7% vs. 37,0%). Concluí-se que, apesar da boa cobertura, a assistência pré-natal em Juiz de Fora deve ser revista sob o ponto de vista qualitativo. São necessários mecanismos que aumentem a aderência dos profissionais às normas e rotinas do programa e, também, das gestantes a uma melhor utilização da assistência pré-natal