Evolução da doença óssea após o transplante renal
Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Curso de Nefrologia to obtain the academic title of Doutor. Leader:
Um transplante renal bem sucedido pode corrigir a maioria das anormalidades metabólicas que causam a osteodistrofia renal. Porém, crescentes evidências mostram que a doença óssea pode constituir um importante problema clínico após o transplante renal. Neste estudo, avaliou-se, prospectivamente, a evolução da doença óssea através da análise da histomorfometria óssea e de parâmetros laboratoriais de pacientes antes e após seis meses de um transplante renal bem sucedido. Ao todo, 25 pacientes (18M/7F), com idade mediana de 37 anos (20-58), foram incluídos no estudo. Vinte e três estavam em hemodiálise e 2, em CAPD; a duração mediana em diálise foi de 23 meses (9-88). Análise histomorfométrica das biópsias ósseas foi obtida em 20 pacientes. No pré-Tx, doze apresentavam doença adinâmica, 3, lesão mínima, 3, doença mista e 2, osteíte fibrosa. No pós-Tx, onze apresentavam doença adinâmica, 8, lesão mínima e 1, osteomalácía. Apesar de termos encontrado uma freqüência de doença óssea adinâmica comparável no pré e no pós-Tx, os pacientes acometidos nas 2 fases do estudo não eram exatamente os mesmos. Dos 12 casos de doença adinâmica no pré-Tx, 5 melhoraram a formação e mineralização óssea passando a lesão mínima, e sete, permaneceram como doença óssea adinâmica. Os pacientes com lesões relacionadas ao hiperparatireoidismo evoluíram com melhora ou resolução completa dessas alterações. Entretanto, cinco evoluíram com doenças de baixo turnover ósseo (4 com doença adinâmica e 1 com osteomalácia). Três dos 4 pacientes que evoluíram como adinâmicos apresentavam persistência dos depósitos de alumínio e/ou ferro em suas superfícies ósseas. 0 outro e aquele com osteomalácia apresentavam hipofosfatemia e PTHi elevado. Os parâmetros laboratoriais também tiveram uma tendência à normalização. Os dois únicos pacientes hipercalcêmicos no pós-Tx apresentavam doença óssea de baixo turnover. Após o Tx, o nível do magnésio caiu e o do cloro, aumentou. Os pacientes com valores normais de fosfatase alcalina óssea no pré-Tx evoluíram com aumento significante deste parâmetro. Não houve correlação entre fosfatase alcalina óssea e PTHi no pós-Tx. O PTHi reduziu-se significantemente naqueles com valores iniciais aumentados, poreém, 4 persistiram com PTHi acima do normal. No pós-Tx, não houve correlação da fosfatase alcalina óssea ou do PTHi com qualquer dos parâmetros histomorfométricos...