As diferentes formas de F. pedrosoi, agente etiológico da cromoblastomicose, apresentam atividades fosfatásicas de superfície, como demonstrado pela capacidade das células fúngicas de hidrolisar diferentes substratos fosforilados. Para caracterização enzimática foram utilizadas as formas de conidio e micélio de F. pedrosoi. As atividades ecto-fosfatásicas foram inibidas com o aumento do pH, o que indicou o carácter acídico dessas enzimas. Essas atividades foram também sensíveis a imbidores clássicos de fosfatases ácidas como ortovanadato de sódio, molibdato de sódio e fluoreto de sódio, sendo insensíveis ao levamizol e tartarato de sódio. O efeito de diferentes cátions nas atividades fosfatásicas foi testado. A atividade das formas micelianas foi estimulada por Zn2+, enquanto que os conídios apresentaram maiores níveis de atividade fosfatásica quando incubados na presença de Fe 2+. A localização citoquímica de atividade enzimática indicou a presença da fosfatase ácida na parede celular de formas micelianas de F. pedrosoi. A atividade fosfatásica de superfície de F. pedrosoi parece estar associada com o parasitismo, uma vez que as células escleróticas, encontradas na lesão tecidual, apresentaram maior atividade enzimática, quando comparada ao micélio e conídios. Além disso, indutores de diferenciação celular de F. pedrosoi foram capazes de estimular a atividade ecto-fosfatásica de células micelianas, sugerindo uma associação entre atividade ecto-fosfatásica e morfogênese fúngica. Constatamos ainda que recente isolado humano de F. pedrosoi apresentou atividade fosfatásica superior à detectada em amostra submetida a várias passagens em meio sintético, sugerindo que a expressão de fosfatases de superficie no F. pedrosoi pode ser modulada por interações com o hospedeiro...