Variabilidade genética de populações de Triatoma brasiliensis brasiliensis (Hemiptera: Reduviidae: Triatominae) e de amostras de Trypanosoma cruzi (Kinetoplastida: Trypanosomatidae)
Publication year: 2002
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Oswaldo Cruz to obtain the academic title of Doutor. Leader: Diotaiuti, Liléia Gonçalves
O Triatoma brasiliensis é uma espécie de triatomíneo que habita o domínio das caatingas no Nordeste do Brasil, podendo ser encontrada em altas densidades populacionais, colonizando os ambientes silvestres, que compreendem rochas e locas de pedras onde roedores silvestres fazem seus ninhos, e os ambientes artificiais em associação com animais domésticos e com o homem (Silveira et al. 1984, Alencar 1987, Dias & Diotaiuti 2000). O Programa de Controle da Doença de Chagas (PCDCh) tem hoje, como principal preocupação, a manutenção da vigilância epidemiológica para o controle das espécies de triatomíneos do Nordeste... Além disso, foi estudada a variabilidade genética de amostras de Trypanosoma cruzi isoladas de triatomíneos silvestres e de pacientes chagásicos crônicos do município de Independência (CE). Os estudos de caracterização das populações de T. brasiliensis brasiliensis revelaram não haver diferenças citogenéticas e isoenzimáticas. Entretanto, diferenças morfométricas e de perfis de RAPD pudprovenientes dos municípios Novo Oriente e Independência (CE) e Simplício Mendes, (PI) mostrou que as populações apresentam grande heterogeneidade em níveis de perfis de RAPD (polimorfismos de DNA amplificados aleatoriamente), sendo facilmente distinguidas... A variabilidade das populações nos diferentes ambientes, ou seja, intradomicílio, peridomicílio e silvestre, foi estudada no município de Independência (CE). Concluímos que existe fluxo gênico entre as populações de T. brasiliensis brasiliensis destes ambientes, comprovado por RAPD e morfometria... Também no município de Independência foram caracterizadas amostras de T. cruzi, isoladas de T. brasiliensis brasiliensis silvestres e de pacientes chagásicos crônicos, por meio de isoenzimas, amplificação da região intergênica do gene de mini-exon e por RAPD. Os resultados obtidos por caracterização isoenzimática e por análise dos perfis de RAPD indicam que as amostras silvestres são pertencentes ao grupo T. cruzi I, e as amostras humanas são pertencentes ao grupo T. cruzi II, enquanto a amplificação do mini-exon caracterizou todas as amostras, silvestres e humanas, como pertencentes ao grupo T. cruzi II, sendo que as amostras silvestres apresentaram uma subamplificação. Estes dados reforçam a idéia de que é necessária a utilização de diferentes marcadores na caracterização de populações de T. cruzi, principalmente de amostras recém-isoladas.