A percepçäo de mulheres sobre a assistência recebida em seu processo de ser mäe: um cenário de bons e maus-tratos

Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Doutor. Leader:

O modelo assistencial vigente dispensado à mulher, em seu processo de ser mäe, caracteriza-se pela prioridade aos aspectos biológicos e desvios da normalidade clínica e obstétrica. Questionamos se essa maneira de assistir atende às demandas integrais da mulher que vivencia tal processo. Assim sendo, o objetivo do estudo foi compreender as percepçöes da mulher sobre a assistência de enfermagem que atende a suas demandas no processo de ser mäe. Aplicou-se a Técnica Projetiva de Desenho e Estória de Trinca, em que solicitou-se à participante do estudo que fizesse um desenho o qual retratasse a assistência recebida e contasse uma história sobre ele, a qual foi gravada e constituiu o material empírico desta pesquisa. As histórias foram organizadas, segundo o método de elaboraçäo do Discurso do Sujeito Coletivo, e analisadas à luz do Modelo de Relacionamento Humano proposto por Hagerty, Linchar-Sauer, Patusky, e Bouwsema. Participaram 13 mäes internadas no Instituto Fernandes Figueira - Fundaçäo Osvaldo Cruz, no município do Rio de Janeiro. Da análise, apreenderam-se cinco Discursos do Sujeito Coletivo: 1. Sendo bem tratada. 2. Porque os profissionais tratam bem. 3. Sendo maltratada. 4. Porque os profissionais tratam mal. 5. Sentindo-se dependente. Por meio desses discursos, mostra-se a fragilidade e inconsistência de uma assistência à mulher, no seu processo de ser mäe, centrada em rotinas e perspectivas individuais dos profissionais. Nesse contexto, a mulher sente-se à mercê da boa vontade e da competência pessoal do profissional de estabelecer um relacionamento com ela, que permita a promoçäo de seu bem-estar. Dessa forma, dependendo dos profissionais com os quais interage, a mulher percebe-se em um cenário em que se alterna aos extremos de sentir-se bem tratada ou maltratada. Seus discursos denunciam a ausência de metas comuns e de um referencial que dê diretrizes para uma assistência e atuaçäo profissional voltadas para a promoçäo da saúde materna e saúde infantil

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