Obtenção, caracterização e utilização de polipeptídeos recombinantes de vírus dengue tipo 2 no diagnóstico das infecções por dengue

Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Oswaldo Cruz to obtain the academic title of Doutor. Leader: Miagostovich, Marize Pereira

Com o objetivo de se produzir antígenos recombinantes para o diagnóstico sorológico das infecções por vírus dengue (DENV), foi realizado o sequenciamento completo de uma cepa Brasileira (BR64022/98) de DENV-2 pela amplificação de segmentos contínuos, de aproximadamente 500pb, ao longo de todo o genoma viral. Vinte fragmentos amplificados por RT-PCR foram clonados e as sequências de nucleotídeos e de aminoácidos determinadas, resultando na primeira caracterização genética completa de uma cepa de DENV-2 do Brasil. Em uma segunda etapa, os fragmentos clonados foram expressos em Escherichia coli e purificados por cromatografia de afinidade. A reatividade dos polipeptídeos expressos e purificados aos anticorpos IgG anti-DENV presentes em soros humanos foi analisada por Western Blot e Enzyme Linked Immunosorbent Assay (ELISA). O polipeptídeo pD2-3 (E), localizado na porção N-terminal da proteína de envelope (E), apresentou maior reatividade quando utilizado na sua forma nativa, sendo reconhecido por 88 por cento dos soros testados e, consequentemente identificado como um antígeno candidato para utilização no diagnóstico das infecções pelos DENV. Soros de pacientes com febre amarela apresentaram ausência ou baixa reatividade contra pD2-3 (E). O pD2-3 (E) não foi reconhecido como antígeno recombinante sorotipo-específico, sendo reativo com soros de pacientes infectados por DENV-1, DENV-2 e DENV-3, com sensibilidade variando de 76,2 por cento a 93,3 por cento, nestes grupos específicos. O teste imunoenzimático indireto para a detecção de anticorpos IgG utilizando o pD2-3 (E) (REC IgG-ELISA) apresentou 89,1 por cento de sensibilidade e 96,4 por cento de especificidade, com maior sensibilidade para a confirmação de casos secundário s(98,1 por cento) quando comparados com casos primários de infecção por dengue (77,5 por cento). A não detecção de anticorpos IgG anti-DENV residuais pelo pD2-3(E) foi significante e demonstrou que um resultado reativo por REC IgG-ELISA é indicativo de infecção ativa por DENV. O REC IgG-ELISA tende a ser formatado como um teste qualitativo, dispensando a abordagem convencional de análises de títulos de IgG para a confirmação de infecções por DENV.

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