Visando à necessidade de se organizar o atendimento em serviços de saúde, para garantir uma assistência adequada aos pacientes idosos, especialmente os mais fragilizados e com maior risco de hospitalização repetida, o presente estudo teve como objetivo estratificar os idosos atendidos no Centro de Saude Escola (CSE) da Faculdade de Medicina de Botucatu _ UNESP, quanto ao risco de serem hospitalizados repetidas vezes. Avaliou-se uma amostra de 305 pacientes com 65 anos ou mais, sendo 37,7 por cento do sexo masculino e 62,3 por cento do feminino. Para tanto, utilizou-se um instrumento para triagem rápida, desenvolvido para avaliar risco de hospitalização repetida.

Tal instrumento é composto dos seguintes indicadores de saúde:

autopercepção da saúde, hospitalização, consultas médicas, diabetes, doença cardiovascular, sexo, apoio social e idade. Os idosos foram caracterizados de acordo com variáveis sociodemográficas e classificados segundo índices do instrumento utilizado. Dos 305 idosos entrevistados 66,5 por cento, eram aposentados, 53,7 por cento, casados e 39,7 por cento, viúvos. Com relação à renda per capita, 49,4 por cento dos idosos enquadravam-se na faixa entre 1 e 2 salários mínimos; 26,2 por cento não souberam especificar a renda de todas as pessoas que residiam no domicílio; 8,4 por cento dos idosos, a minoria, tinham uma renda per capita inferior a um salário mínimo. Dos 305 idosos, 55,4 por cento possuíam plano de saúde, na época da entrevista. Quanto à escolaridade, a maioria dos entrevistados - 50,5 por cento- tinha um baixo grau de escolaridade (analfabetos e primário incompleto), seguida dos de médio grau (primário completo e ginásio incompleto)- 41,3por cento. Quanto ao risco para internações repetidas, verificou-se que 56,4 por cento idosos apresentavam baixa probabilidade de admissão hospitalar repetida; 26,9 por cento, probabilidade média; 10,5 por cento, média-alta e 16,2 por cento, alta. Constatou-se que o instrumento utilizado possibilitou a estratificação dos idosos quanto à probabilidade de risco de serem hospitalizados repetidas vezes, o que pode contribuir para propostas de reorganização dos serviços de saúde.