Uma das principais fragilidades dos delineamentos ecológicos está relacionada aos viéses de agregação. Tal problemática pode ser abordada através de delineamentos que levem em conta estruturas contextuais de menor tamanho e maior homogeneidade interna.

OBJETIVOS:

Comparar diferentes estruturas geográficas de dados, no âmbito do estudo æPró-SaúdeÆ, com a finalidade de estimar efeitos de variáveis contextuais em relação à saúde bucal auto-referida.

METODOLOGIA:

As análises são baseadas em um delineamento misto, que compreende os funcionários participantes dos estudos 'Pró-saúde' I e II, residentes no município do Rio de Janeiro em 1999 (n=2.426). Os indicadores relativos aos contextos de residência foram extraídos do Censo Demográfico da Unidade Federativa do Rio de Janeiro do ano de 1991. Utilizou-se o Coeficiente de Partição de Variância (CPV) para comparar diferentes estruturas hierárquicas geográficas.

RESULTADOS:

Entre os contextos geográficos examinados verificou-se que, neste estudo, a partição definida pelos setores censitários (CPV=9,41%) é mais adequada que as definidas pelos bairros (CPV=0,03%) e regiões administrativas (CPV=0,09%). Atributos individuais revelaram maior poder explicativo sobre o auto-relato da saúde bucal que os do nível contextual.

CONCLUSÃO:

Em estudos epidemiológicos de caráter exploratório é necessário propor estruturas hierárquicas entre observações, sempre que houver a hipótese de dependência dos dados entre seus respectivos grupos de origem. Nestas estruturas, quando se estudam desfechos categóricos, a utilização do CPV torna-se viável para a análise da variabilidade deste desfecho entre diferentes unidades hierárquicas. Neste estudo, a partição geográfica de menor tamanho (setor censitário) apresentou-se como a melhor unidade contextual de análise para o estudo da variabilidade da saúde bucal auto-referida.