Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Medicina social to obtain the academic title of Mestre. Leader:
A dor de dente é um sintoma comum e possui um reflexo substancial na saúde pública, porque sua intensidade é suficientemente grande para causar, freqüentemente, impacto na qualidade de vida dos indivíduos.
Objetivos:
Estimar a prevalência da dor de dente e avaliar sua associação com variáveis sócio-demográficas, morbidade psiquiátrica menor, a freqüência e o padrão da visita de rotina ao dentista. Metodologia:
O presente estudo utilizou dados (transversais) de um censo realizado em uma universidade do Estado do Rio de Janeiro. A população final do estudo foi constituída de 3.477 indivíduos adultos. A coleta de informações foi realizada através de um questionário autopreenchível, multidimensional, abrangendo morbidade física e mental, acesso e utilização dos serviços de saúde, rede e apoio social, aspectos sócio-demográficos e diversos outros fatores. Na análise dos dados, foram construídas tabelas de distribuição de freqüências e realizada regressão logística. Resultados:
A prevalência da dor de dente, nas duas semanas anteriores ao estudo, foi de 2,6% (IC95%: 2,1 - 3,2). Os homens apresentaram 2,0 vezes mais chance de dor de dente do que as mulheres (OR=2,0; IC95%: 1,3 - 3,1). Os indivíduos que relataram morbidade psiquiátrica menor apresentaram 2,3 vezes mais chance de dor de dente (OR=2,3; IC95%: 1,5 - 3,5). A razão de chances de dor de dente foi de 2,3 (IC95%: 1,0 - 5,6) entre os indivíduos que só freqüentavam o dentista quando tinham problema e os que nunca foram ao dentista em relação aos que freqüentavam para um check-up. Intervalos de 2 anos ou maiores entre os check-ups não aumentaram as chances de dor de dente em relação a intervalos anuais ou menores.Conclusão:
Apesar desta população possuir estabilidade de emprego e, possivelmente, maior renda, acesso à informação e a serviços de saúde quando comparada à maioria da população adulta brasileira, 3 em cada 100 indivíduos apresentaram dor de dente recentemente que impedisse a realização de suas tarefas habituais. Além disso, a dor de dente não foi igualmente distribuída na população, indicando que há circunstâncias de vida que aumentam as chances das pessoas apresentaram dor de dente. Intervalos maiores entre as visitas de rotina ao dentista parecem não aumentar as chances de dor de dente entre os indivíduos.