Analisar os aspectos epidemiologicos das DST em mulheres que fazem sexo com mulheres, em Sao Paulo. Estudo transversal, com entrevista e analise de exames clinico/ginecologico de mulheres, por procura espontanea e "snowball". Foram levantadas suas caracteristicas segundo idade, perfil socio-comportamental, vida reprodutiva e algumas caracteristicas relacionadas a sexualidade. Foram estudadas 145 mulheres que apresentaram inicio de atividade sexual com media de 16,9 anos, 23,4 porcento delas tiveram relacoes heterossexuais no ultimo ano com frequencia relativamente baixa do uso de preservativos. Nas relacoes sexuais com mulheres apenas 54,5 porcento trocam o preservativo quando compartilham acessorios sexuais. Trinta e oito porcento delas referiram DST previa.

Foram diagnosticados as seguintes DST:

3,8 porcento de Trichomonas, 33,8 porcento de Vaginose bacteriana, 25,6 porcento de fungos, 1,8 porcento de clamidia, 7 porcento de Hepatite B, 2,1 porcento de Hepatite C, 7,7 porcento de Papanilocalaou anormais, 6,2 porcento de HPV e 2,9 porcento de infeccao pelo HIV, tendo sido a baixa escolaridade fator de risco para a infeccao pelo HIV (RR=14,11, p<0,001). Neste estudo, as mulheres que fazem sexo com mulheres nao formam um grupo homogeneo, portanto nao se pode falar em risco baixo ou alto para DST/HIV e sim que tem comportamentos de riscos. Ficou evidente a necessidade de profissionais de saude corretamente informados e sensiveis para o cuidado da saude das mulheres que fazem sexo com mulheres.