Prevalência e sobrevida de casos de acidente vascular encefálico no municípo do Rio de Janeiro no ano de 1998
Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Escola Nacional de Saúde Pública to obtain the academic title of Mestre. Leader: Coutinho, Evandro da Silva Freire
O AVE é uma morbidade que apresenta alto risco de óbito e incapacidade. É a 3ª causa de óbito no Estado do Rio de Janeiro, assim como no restante do país. A taxa de mortalidade por esta causa, neste estado, é uma das maiores do Brasil. Devido à sua relevância como questão de saúde pública e para que se possa traçar medidas de prevenção e controle, é importante que se conheça a sua prevalência e o padrão de sobrevida dos casos. Um estudo de coorte não concorrente foi realizado, com o objetivo de identificar o perfil de mortalidade dos casos de AVE, maiores de 19 anos, atendidos nos hospitais vinculados ao SUS no município do Rio de Janeiro, no ano de 1998. Foram seguidos 6531 casos captados na base de dados das autorizações de internação hospitalar (AIH) do Estado do Rio de Janeiro, do ano de 1998, por um período de um ano. A busca pelos óbitos, ocorridos no período de seguimento, foi realizada através do relacionamento da base de dados das AIHÆs, com a base de dados das declarações de óbito (DO) do Estado do Rio de Janeiro, dos anos de 1998 e 1999. Nessa coorte, 51 por cento dos casos eram do sexo masculino. A média de idade foi de 62 anos ( 13 anos) para os homens e 66 anos ( 15 anos) para as mulheres. À internação índice, 68 por cento dos casos tiveram registro de procedimentos para AVC agudo e 18 por cento eram pacientes fora de possibilidade terapêutica; 55 por cento receberam diagnóstico de AVE sem determinação do subtipo, 15 por cento eram casos com diagnóstico de seqüelas de DCV, 8,2 por cento tinham diagnóstico de AVE hemorrágico e 4,8 por cento de AVE isquêmico; 53 por cento receberam alta e 27 por cento morreram. Ao final do período de um ano de seguimento, não se encontrou diferença nos riscos de óbito entre os sexos. O risco de óbito aumentou com a idade, foi maior entre os casos de hemorragia intracerebral (62 por cento) e menor entre os casos de hemorragia subaracnóide (20 por cento); os casos com diagnóstico de AVE indeterminado e os do subtipo isquêmico apresentaram riscos semelhantes (46 por cento e 50 por cento, respectivamente). Os casos internados em hospitais municipais apresentaram maior risco de óbito, do que os internados nas outras categorias de hospitais. A sobrevida cumulativa, em um ano, foi de 55 por cento, para todos os casos. A prevalência de casos de AVE no município, no ano de 1998, estimada através da metodologia de captura-recaptura, foi de 562 casos/100.000 habitantes.