Perfil comportamental e prevalência da infecção pela Chlamydia trachomatis em adolescentes do sexo feminino residentes na região de Maruípe em Vitória, ES

Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Escola Nacional de Saúde Pública to obtain the academic title of Doutor. Leader: Szwarcwald, Célia Landmann

Teve como objetivo descrever o padrão de comportamento de risco para as infecções sexualmente transmissíveis e estimar a prevalência de Chlamydia trachomatis entre adolescentes do sexo feminino, de 15 a 19 anos de idade, residentes na região de Maruípe em Vitória, ES, área assistida pelo Programa de Saúde da Família (PSF). O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, tendo sido apresentada sob a forma de artigos. No 1º deles, foi apresentada uma revisão bibliográfica sobre o impacto da infecção pela Chlamydia trachomatis (CT) na saúde reprodutiva, a importância de diagnóstico e tratamento precoces, bem como um levantamento dos trabalhos científicos publicados no Brasil com dados de prevalência de Chlamydia entre mulheres. (...) No 2º artigo, foi realizada análise descritiva do padrão de comportamento das adolescentes. Foi realizado inquérito mediante a aplicação de um questionário e da coleta de uma amostra de urina para a realização de teste LCx para Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae. ( ...) Foram incluídas no estudo 464 adolescentes, das quais 69 por cento já tinham iniciado vida sexual; 12,8 por cento relataram história de DST, 31,6 por cento, gravidez anterior, 3,7 por cento, história de prostituição, e 14,0 por cento, o uso de alguma droga ilícita. Somente 23,4 por cento fazem uso regular de preservativos, apesar de mais de 90 por cento ter acesso a informações sobre riscos e prevenção de DST/AIDS. (...) O 3° artigo teve como objetivo estimar a prevalência de Chlamydia trachomatis e identificar fatores sócio-demográficos, comportamentais e clínicos associados à infecção por CT. Foram incluídas nessa análise as 320 adolescentes que relataram atividade sexual. A prevalência de Chlamydia trachomatis encontrada foi de 12,2 por cento (IC 95 por cento 10,4-14,0 por cento) e 1,9 por cento (IC 95 por cento 1,1-2,7 por cento) de gonorréia. (...) Os resultados enfatizam a necessidade de medidas de prevenção, que deveriam incluir, entre outras, testes de rotina para detecção de infecções sexualmente transmissíveis, programas de redução de riscos e uma participação ativa dos adolescentes na elaboração e implementação das atividades propostas. O PSF tem um papel central neste processo, pois facilita a aproximação com a comunidade, o que permite traçar um perfil das demandas e dificuldades específicas dos adolescentes da área de abrangência.

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