As práticas de saúde para redução da transmissão vertical do HIV em unidades de atenção básica: realidades e determinantes

Publication year: 2004
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Mestre. Leader:

Nos últimos anos tem-se registrado um aumento de casos de aids entre populações mais vulneráveis, especialmente entre mulheres. O impacto desse crescimento é evidenciado no aumento de casos de aids por meio da transmissão vertical. Para entender esse aumento é necessário compreender a complexidade do processo que envolve a epidemia, que alcança com mais intensidade os seguimentos menos privilegiados social e economicamente. A crescente ocorrência de casos de transmissão vertical do HIV, apesar da existência de meios para a sua prevenção, diagnóstico e tratamento, despertam a necessidade em avaliar a operacionalização das políticas em UBS. Nesse sentido, o estudo teve por objetivo identificar os componentes da dimensão programática da vulnerabilidade à infecção pelo HIV, na perspectiva da Transmissão Vertical em UBS, com a finalidade de fornecer subsídios para controle da aids no segmento materno-infantil. Adotou-se como referencial teórico o conceito de vulnerabilidade e a determinação social do processo saúde-doença. É um estudo descritivo, desenvolvido a partir de prontuários clínicos e de entrevistas com 79 gestantes e com profissionais em UBS da Coordenadoria de Saúde de Santana, em São Paulo. Para os dados de prontuários e das entrevistas, utilizou-se questionário cujas respostas foram analisadas qualitativamente. As gestantes estudadas apresentam um perfil de mulheres com baixa escolaridade, dependentes economicamente e pertencentes a segmentos sociais menos privilegiados, o que as tornam mais vulneráveis ao HIV/AIDS. A análise dos dados aponta falhas na operacionalização das ações para a prevenção da TV do HIV nas UBS. Embora a maioria das gestantes tenha sido testada, o aconselhamento pré e pós-teste nem sempre foi realizado, e as gestantes desconhecem sua finalidade. Não houve solicitação de testagem para todas, tão pouco se garantiu a voluntariedade. O fluxo laboratorial implica no aumento da vulnerabilidade, sendo evidenciado um retardo para a realização da coleta e de retorno dos resultados, levando a intervalos longos entre a entrada das gestantes na unidade e o resultado do HIV. Quanto aos profissionais, destaca-se insegurança no trato de questões ligadas a DST/AIDS, e sua relação com a gestação. Conclui-se que as UBS deveriam ser um espaço privilegiado para a prevenção da Transmissão Vertical do HIV, porém as falhas encontradas para a operacionalização das ações impactam negativamente no controle da Transmissão Vertical. Reconhece-se...

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