Na prática assistencial cotidiana, os auxiliares e técnicos de enfermagem executam a maioria dos procedimentos de enfermagem, entre eles, o preparo e a administração de medicamentos que devem ser realizados com precisão e índice de erro zero sob a supervisão dos enfermeiros.

A pesquisa teve como objetivos:

caracterizar o perfil de atenção, a capacidade de concentração dos técnicos e auxiliares de enfermagem e construir e testar com os enfermeiros um instrumento de supervisão direcionado ao preparo e administração de medicamentos em uma unidade piloto. Sendo assim, optou-se pela pesquisa em duas etapas: na primeira, foram coletados nos arquivos do Serviço de Apoio Educacional do HU-USP, dados do Teste D2, do prontuário de 265 auxiliares de enfermagem e 49 técnicos de enfermagem. Os resultados mostraram que, em 17 unidades, somente os auxiliares de enfermagem da Pediatria e Hemodiálise apresentaram índices de boa precisão para atividades que exigem atenção. Dentre as 17 unidades, foi selecionada a Clínica Médica, para a segunda etapa, considerando-se o resultado no Teste D2, a pouca rotatividade dos pacientes, o grande número de procedimentos e um quadro estável de enfermeiros. Para a coleta de dados, utilizou-se a técnica de grupo focal, quatro encontros foram realizados com a participação de cinco enfermeiras da Clínica Médica. No grupo focal, discutiu-se a supervisão sob a ótica do processo de trabalho de gerenciamento. Como resultado, evidenciou-se que a supervisão assume caráter de controle e, quando mencionado o caráter educativo, o enfoque é dirigido para os treinamentos e reciclagens. O grupo construiu um instrumento próprio para supervisão, destacando os seguintes itens: organização no procedimento, lavagem de mãos, reunião de material, conhecimento/capacidade de orientação, identificação, manipulação de materiais, desinfecção, técnica de aspiração, verificação da permeabilidade do acesso venoso e interferências do ambiente. O estudo possibilitou a reflexão de aspectos importantes no processo de supervisão, indicando a necessidade de continuar estudando outras dimensões do pensar, sentir e agir, relacionadas à minimização da ocorrência de erros por meio de uma supervisão efetiva