Fatores preditivos para morte por tuberculose pulmonar no município de São Paulo, SP, 2002

Publication year: 2004
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:

INTRODUÇÃO:

A mortalidade por tuberculose (TBC) no município de São Paulo permanece em níveis elevados, se considerarmos seus indicadores de desenvolvimento socioeconômico, com seis óbitos por 100.000 habitantes em 2000.

OBJETIVO:

Caracterizar os pacientes que morreram por TBC, no municipio de São Paulo, em 2002, e identificar fatores preditivos para o óbito por TBC pulmonar.

MATERIAL E MÉTODOS:

No estudo descritivo, analisou-se todos os óbitos por TBC, segundo variáveis sócio-demográficas, forma clínica, critério diagnóstico, história pregressa da tuberculose e co-morbidades. Os preditores para óbito por TBC foram avaliados no estudo de caso-controle pareado segundo época do início do tratamento. Os casos foram óbitos por TBC pulmonar, notificados à vigilância, com confirmação diagnóstica, idade igual ou maior do que 15 anos, não infectados pelo HIV e os controles os que evoluíram para cura. A existência da associação entre óbito e as exposições de interesse foi investigada pelas estimativas não ajustadas e ajustadas do "odds ratio", com os respectivos intervalos de 95% de confiança, usando regressão logística condicional para considerar o efeito do pareamento.

RESULTADOS:

As seguintes variáveis mantiveram associação com óbito por TBC pulmonar, independentemente das demais: Pertencer ao grupo etário de 60 anos ou mais OR = 7,8 ajustado (IC 95%: 1,2 - 363,2; p = 0,02); história de TBC no passado OR = 11,4 ajustado (IC 95%: 2,4 - 54,5; p =< 0,001); o diagnóstico de TBC sido feito em hospital ou pronto socorro OR = 6,0 ajustado (IC 95%: 1,6 - 23,0; p = 0,001); ser diabético OR = 11,4 ajustado (IC 95%: 1,4 - 94,1; p =< 0,01); apresentar história de alcoolismo OR = 7,0 ajustado (IC 95%: 1,5 - 32,1; p =< 0,001).

CONCLUSÕES:

Os resultados apontam como preditores pertencer a alguns grupos de risco, ser idoso e diabético; fatores, em boa parte, ligados a problemas sociais como alcoolismo e outros dois, história pregressa de TBC efetuado em unidades hospitalares e pronto socorro sugerindo falhas no controle da TBC. Tais resultados podem contribuir para o aperfeiçoamento das estratégias de controle da doença em nosso meio

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