O foco do trabalho recai sobre a trajetória do Instituto de Higiene de São Paulo - embrião da atual Faculdade de Saúde Pública da USP -, criado em, 1918, Por convênio firmado entre o governo do Estado de São Paulo, a Faculdade de Medicina e Cirurgia e o International Health Board da Fundação Rockefeller. Em conformidade com o modelo norte-americcano de ensino (pós-reforma Flexner), o Instituto de Higiene desempenhou papel fundamental na formulação da política sanitária adotada a partir de 1925 no Estado de São Paulo, quando a educação sanitária veio a ser a pedra de toque da política pública em saúde. Nessa fase, o chamado campanhismo "Policial", de caráter autoritário, cedeu lugar a uma nova concepção, baseada na preocupação corri a formação de uma consciência sanitária. A novidade era a ênfase na saúde corno uni processo pedagógico. A projeção dessa importante instituição como um centro de excelência no cenário nacional - voltada ao ensino e à pesquisa na área da higiene e da saúde pública - esteve intimamente ligada à bem-sucedida história de São Paulo em administração de saúde pública e na criação de instituições científicas. Sua projeção deveu-se, também, em parte, à atuação da Fundação Rockefeller na criação de carreiras científicas nas áreas biornédicas e ao papel dinâmico do médico sanitarista Geraldo Horácio de Paula Souza (1889-1951) na manutenção e difusão de um modelo científico proposto pela própria Rockefeller. Foi no Instituto de Higiene que Paula Souza institucionalizou a higiene como disciplina acadêmica