Dengue e alterações hepáticas: estudo clínico e laboratorial de 50 casos em Campo Grande/MS-2002
Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde to obtain the academic title of Mestre. Leader: Cunha, Rivaldo Venâncio da
As manifestações hepáticas são descritas como manifestações não usuais do dengue e podem evoluir com quadros graves e potencialmente letais. No período de 01 de janeiro a 31 de março de 2002 avaliamos as alterações hepáticas em 50 pacientes com dengue clássico e dengue hemorrágico com confirmação laboratorial (ELISA IgM positivo) em Campo Grande/MS, Brasil e observamos 60,4 porcento (29/48) de alteração na ALT e 81,2 por cento (39/48) de alteração na AST, sendo que não houve diferenças estatisticamente significativas quando comparamos as várias formas clínicas. A variação nos valores de ALT foi de 14-547 U/I, com média de 94,4 U/I, nos valores da AST foi de 11-388 U/I, com média de 111,7 U/I. Na investigação das manifestações clínicas que poderiam estar relacionadas a alterações da função hepática (Náuseas e/ou vômitos, dor abdominal e hepatomegalia) não encontramos diferenças estatisticamente significativas entre os pacientes que apresentavam enzimas alteradas (ALT e AST) e aqueles que tinham dosagem enzimática dentro da normalidade. Naúseas e/ou vômitos foram referidos por 84 por cento (42/50) dos pacientes, 48,8 por cento (22/50) referiram dor abdominal e 8 por cento (4/50) apresentavam hepatomegalia ao exame físico. A idade variou de 18 a 88 anos, com média de 41,8 anos, sendo que a maioria (68 por cento) tinha entre 20 e 49 anos de idade, 28 (56 por cento) eram mulheres e 22 (44 por cento) homens. A casuística apresentada constituída de adultos jovens vem confirmar a ocorrência de alterações hepáticas nessa faixa etária e alertar que as manifestações hepáticas do dengue devem ser melhor pesquisadas e avaliadas, tanto no atendimento primário como nos protocolos de pesquisa