Perfil de risco para câncer de mama em uma população-alvo do Programa Viva Mulher: um inquérito epidemiológico nas Unidades de Saúde da Família do município de Teresópolis, Rio de Janeiro
Publication year: 2004
Theses and dissertations in Portugués presented to the Escola Nacional de Saúde Pública to obtain the academic title of Mestre. Leader: Coutinho, Evandro da Silva Freire
Esta dissertação foi composta de dois artigos científicos. No primeiro deles foi realizada uma revisão sistemática de estudos brasileiros, com o objetivo de descrever a distribuição dos fatores de risco para câncer de mama em amostras de mulheres da população geral. Dos 23 artigos identificados somente 14 foram selecionados. A maior parte deles foi oriunda da região sudeste do país. Três eram transversais, desenvolvidos em populações muito específicas, e 11 eram do tipo caso-controle. O tamanho das amostras variou de 40 a 164.269 mulheres. Foram pesquisados ao todo, 29 fatores de risco, e dentre estes, 11 foram investigados em quatro ou mais estudos. A nuliparidade foi o fator mais freqüente, estando presente em 12 deles. As prevalências para estes fatores variaram grandemente entre as amostras, e como estas eram heterogêneas, e os estudos tinham algumas limitações metodológicas, não se calculou uma medida-sumário para as mesmas. No segundo artigo, um inquérito epidemiológico foi desenvolvido nas Unidades de Saúde da Família do Município de Teresópolis/RJ em 2003, onde se investigou o padrão de distribuição dos fatores de risco para o câncer de mama e das ações de detecção precoce para a doença. Também foi feita uma avaliação do risco individual das mulheres através de dois instrumentos extraídos da literatura. Foram entrevistadas 698 mulheres entre 25 e 88 anos. Segundo o instrumento que estimou o risco absoluto individual, 3,5 por cento delas era de alto risco, e de acordo com o critério que classificou o grau de risco, esta proporção foi de somente 1,6 por cento. Não obstante as baixas freqüências do alto risco foram encontradas prevalências de 30 por cento ou mais em fatores de risco como história de abortos, não ou pouca amamentação, uso prolongado de contraceptivos orais, última gestação a termo após os 30 anos, sedentarismo e obesidade. As ações de detecção precoce apresentaram proporções semelhantes às de outros estudos, entretanto, mais da metade das mulheres com 50 anos ou mais nunca fizeram uma mamografia. Dentre as radiografias realizadas, a maior parte foi para rastreamento e foram mais indicadas pela idade do que pela presença de fatores de alto risco