O impacto do Programa de Saúde da Família no município de Sobral - Ceará: uma análise da evolução de saúde das crianças menores de cinco anos de idade no período de 1995-2002

Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader: Grisi, Sandra Josefina Ferraz Ellero

(...) Em Sobral, o Programa Saúde da Família surge em 1997, integrando os serviços secundários e terciários de saúde, privilegiando a atenção materno-infantil, a reorganização da assistência ao pré-natal, ao parto e nascimento, a vigilância à saúde no primeiro ano de vida. O estudo analisou a evolução dos indicadores de saúde das crianças menores de cinco anos de idade nascidas e residentes no município de Sobral, no período de 1995 a 2002. Foram utilizadas metodologias qualitativa e quantitativa. Na abordagem qualitativa, foram realizados grupos focais com enfermeiros, médicos e agentes de saúde, e entrevistas individuais às mães de crianças atendidas nas Unidades de Saúde. (...) As dificuldades sentidas pelos profissionais estão relacionadas ao excesso de trabalho, às inúmeras tarefas assistenciais, gerenciais, de reciclagem, bem como às questões salariais e trabalhistas Na percepção das mães houve mudanças positivas na atenção mais humanizada aos seus filhos e na organização dos serviços. Na abordagem qualitativa foi realizado um estudo de séries temporais de indicadores da saúde. Para avaliar a evolução dos indicadores, procedeu-se a análise de correlação linear, aplicando-se o teste t de Student (...) ao nível de 5 por cento (p=<0,05). A redução da taxa de mortalidade infantil foi significativa (p=0,001), 71,66 em 1995 para 21,45 por mil nascidos vivos em 2002, com redução da mortalidade neonatal (0 a 27 dias) e pós-neonatal (1 a 12 meses) respectivamente (p=0,026 e p=0,022). O percentual de óbitos infantis no domicílio reduziu de 6,36 por cento (1995) para 4,3 por cento (2002). O percentual de gestantes com pré-natal em dia cresceu de 76,01 em 1997 para 95,14 por cento em 2002. O percentual de crianças em aleitamento materno exclusivo até o 4º mês de idade, ascendeu de 50 por cento em 1997 para 69,48 por cento em 2002. A imunização das crianças, ascendeu de 68 por cento (1997) para 96,50 por cento (2002). O percentual de crianças internadas por desnutrição foi reduzido de 8,6 por cento em 1997 para 1,40 por cento em 2002. A partir de 2000 não houve registro de óbito hospitalar por desnutrição, e de 2001 por infecção respiratória aguda. Os estudos demonstram que o trabalho integrado e humanizado dos profissionais do saúde da família, vem favorecendo ações de promoção à saúde e prevenção das doenças mais prevalentes na infância, observando-se redução das mortes no primeiro ano de vida e mudança positiva dos indicadores selecionados.

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