A utilização dos testes parasitológicos sangüíneos no diagnóstico da infecção pela filária linfática Wuchereria bancrofti possui um fator limitante que é o horário de coleta. Na maioria das regiões do mundo a W. bancrofti apresenta uma periodicidade noturna, com maiores picos de densidade entre as 23-01:00h da manhã. Por ser uma parasitose característica de áreas de extrema pobreza, o diagnóstico parasitológico sangüíneo em áreas de difícil acesso, devido à violência ou a crenças religiosas, como no continente africano, é muito difícil quando não impossível. Desta forma, testes que possam ser realizados durante o dia são extremamente atrativos para os sistemas de saúde das regiões endêmicas, tanto ao nível individual quanto da própria comunidade. O Serviço de Referência Nacional em Filariose do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães-Fiocruz, vem desenvolvendo estudos para avaliar a especificidade e sensibilidade dos testes sorológicos de pesquisa de antígenos circulantes (Og4C3 e AD12) e moleculares (PCR - DNA livre), os quais podem demonstrar de forma indireta a infecção ou servirem como marcadores de doença filarial. A grande vantagem dos testes indiretos é que podem detectar os produtos filariais durante as 24 horas do dia. Este trabalho teve como objetivo avaliar a especificidade e a sensibilidade dos testes utilizados no diagnóstico da bancroftose, em todas as suas manifestações clínicas, suas vantagens e desvantagens, com o intuito de oferecer aos gestores do sistema de saúde das áreas endêmicas, as melhores opções para que se possa cumprir a meta de eliminação global da filariose até o ano de 2020, como preconizado pela OMS. O acúmulo de conhecimentos obtidos nos últimos 20 anos, sobre filariose linfática nos permite concluir que embora todas as técnicas de diagnóstico atualmente utilizadas sejam de grande especificidade, nenhuma delas isoladamente, pode ser considerada como a “golden technique”, no esclarecimento do diagnóstico diferencial da infecção pela W. bancrofti, nas suas diferentes formas clínicas.