Prevalência de recém-nascidos portadores de defeitos de fechamento do tubo neural no Hospital de Base do Distrito Federal, 1993/2003

Publication year: 2004
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Brasília. Faculdade de Ciências da Saúde to obtain the academic title of Mestre. Leader:

O presente estudo teve por objetivo determinar a prevalência de recém-nascidos portadores de Defeitos de Fechamento do Tubo Neural no Distrito Federal e seu perfil epidemiológico. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, constituído por uma amostra de 355 recém-nascidos admitidos no Hospital de Base do Distrito Federal, centro de referência regional para neurocirurgia neonatal, no período de janeiro de 1993 a dezembro de 2003. Destes, foram localizados 303 prontuários, correspondendo a 85,3 por cento do total da amostra. A taxa de prevalência encontrada foi de 9,6 por cento, em 1993, e 30,8 por cento, em 2003, registrando um aumento superior a 300 por cento. Com relação ao sexo constatou-se uma distribuição estatística homogênea com (51,2 por cento) do sexo masculino e (48,8) do sexo feminino. A presença mais constante foi a de espinha bífida aberta, 282 casos (93,1 por cento), mais especificamente, a mielomeningocele (97,9 por cento), localizada na região lombossacral (63 por cento), seguido das regiões lombar (19,2 por cento) e tóraco-lombar (11,6 por cento).

As complicações encontradas com maior freqüência foram:

hidrocefalia, com 273 casos (90,0 por cento); malformação de Arnold-Chiari, com 264 (87,1 por cento); pés tortos congênitos, com 202 (66,6 por cento) e bexiga neurogênica, com 102 (33,7 por cento). A taxa de mortalidade foi de 20 óbitos (6,6 por cento). Os hospitais da rede pública do Distrito Federal foram responsáveis por 65,7 por cento das admissões, o restante (32,7 por cento) era proveniente de outros estados, principalmente, Goiás, Bahia e norte de Minas Gerais. Quanto às condições de nascimento, os resultados se alinham, de modo geral, com os da literatura, por exemplo: peso adequado ao nascer (81,5 por cento), bons escores do índice de Apgar no primeiro (74,8 por cento) e quinto minuto de vida (91,4 por cento) e idade gestacional adequada (86,5 por cento). Constatou-se discreto predomínio do parto cesárea (51,2 por cento) em relação ao parto normal (48,8 por cento). A idade materna oscilou entre 14 e 43 anos, com maior freqüência da primeira gestação na faixa de 10 a 19 anos (12,2 por cento). A maioria das mães (77,9 por cento) teve assistência pré-natal, mas só 38,3 por cento realizaram seis ou mais consultas. Frente a esses resultados, a autora conclui ser necessário a implementação de campanhas informativas e a suplementação gratuita de ácido fólico nos serviços de pré-natal da rede pública de saúde.

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