Foi realizado um estudo transversal para avaliar a magnitude de infecção pelo HIV entre os casos novos de tuberculose atendidos no Centro de Referência em Pneumologia Sanitária - CREPS Cardoso Fontes em Manaus, AM. Buscava-se, a partir da análise das características clínicas e epidemiológicas dos pacientes, definir indicadores de rastreamento da infecção pelo HIV, que pudessem ser utilizados na rotina no Programa de Controle da Tuberculose, possibilitando a detecção precoce dos co-infectados. Durante quatro meses, de abril a agosto de 2000, realizou-se: sorologia para HIV, radiografia de tórax, baciloscopia e cultura de escarro em todos os pacientes diagnosticados como tuberculose, com idade igual ou superior a 14 anos. Das 339 amostras de sangue, apenas quatro (1,18 por cento) apresentaram positividade no teste anti HIV. A baixa soroprevalência encontrada inviabilizou a análise dos atributos individuais dos pacientes co-infectados. A metodologia da análise espacial foi então utilizada para explicar a dinâmica da produção e reprodução da tuberculose e da AIDS e consequentemente, o padrão de co-infecção identificado. Para tanto, uma proposta de espacialização foi desenvolvida, a partir do modelo proposto pelo geógrafo Vitor Ribeiro Filho em seu estudo sobre mobilidade residencial em Manaus. A cidade foi dividida em Area Central e Periferias Imediata, Intermediária e Distante que, por sua vez foram estratificadas em sub-áreas A e B, segundo o nível sócio econômico da população e as características do uso do solo. Os 1417 casos de tuberculose ocorridos em 2000 e os 1396 csos de AIDS/HIV acumulados até o ano de 2000, foram distribuídos pelas áreas, segundo o bairro de residência dos pacientes. A taxa de incidência serviu de referência para se estabelecer um gradiente da intensidade de transmissão das doenças e, através da construção de mapas temáticos e cenários, para avaliar a situação e tendência do risco de adoecimento por tuberculose, AIDS e da co-infecção tb/HIV. Assim, considerando aspectos sócio-econômicos, geográficos e epidemiológicos, de acorde com o nível de endemicidade, cada área foi classificada como de risco muito alto, alto, médio e baixo.