Ensaio de campo da vacina antimalária SPf66 em Costa Marques, Rondônia

Publication year: 1998
Theses and dissertations in Portugués presented to the Escola Nacional de Saúde Pública to obtain the academic title of Doutor. Leader: Struchiner, Claudio José

Descreve o ensaio de fase III da vacina sintética SPf66 contra formas assexuadas hemáticas de Plasmodium falciparum em Costa Marques, Rondônia, Brasil. essa região caracteriza-se pela distribuição sazonal de infecções causadas pelo Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax e pela ocupação recente por migrantes procedentes de áreas não endêmicas. Consiste de um ensaio de campo, duplo cego, controlado e aleatorizado. Estima-se a eficácia da vacina, bem como avalia a sua segurança e imunogenicidade. Um total de 800 indivíduos, de ambos os sexos, com idades entre 7 e 60 anos foram incluídos no estudo (400 em cada grupo), sendo que 572 completaram o esquema vacinal. Não foi fornecido aos participantes tratamento radical antes das vacinações programadas. Foram realizadas avaliações clínico-soro-parasitológicas nos participantes do estudo por meio de métodos ativos (periodicamente) e passivos. A vacina foi bem tolerada, sendo as reações locais transitórias as mais freqüentes. A imunogenicidade, avaliada como a presença de anticorpos anti-SPf66 após completado o esquema vacinal em indivíduos soronegativos na determinação basal, foi parcial (45,5 por cento) e de curta duração. A presença de anticorpos específicos não se correlacionou com proteção. Não houve evidências de uma efeito protetor global contra as infecções causadas pelo Plasmodium falciparum, sendo a eficácia de -1,6 por cento (-32,9 por cento a 22,4 por cento). A eficácia vacinal para o 1 episódio foi de 14,1 por cento (-17,0 por cento a 36,9 por cento). Porém, a presença de parasitemia durante a aplicação das doses da vacina, aparentemente, teve um efeito deletério sobre a resposta da vacina. Nos indivíduos que não apresentaram infecções intercorrentes, a eficácia global foi de 17,2 por cento (-19,9 por cento a 42,8 por cento). Para o 1 episódio, a eficácia vacinal foi de 30,4 por cento (-7,6 por cento a 55,0 por cento), sendo estatisticamente significativa em indivíduos maiores de 20 anos de idade - 54,8 por cento (9,7 por cento a 77,4 por cento). Não houve evidências de um efeito protetor para infecções malárias subseqüentes. Os resultados obtidos sugerem que a vacina SPf66 induz um efeito protetor diferenciado, porém de curta duração, que pode ser afetado pela presença de parasitemias intercorrentes.

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