O objetivo deste estudo foi avaliar o acesso a fontes de fluoreto e as condições de saúde bucal em 237 escolares de nove a dezesseis anos, de três localidades do Estado do Espírito Santo, Brasil, submetidos a diferentes formas e concentrações médias de fluoreto na água (São João de Petrópolis com 0,1 ppmmF ± 0,03; São Roque do Canaã com 0,8 ppmF ± 0,09 - fluoretação artificial; e Serra de Cima com 2,5 ppmF ± 1,93 - fluoretação natural). A prevalência de cárie e fluorose dentária foi avaliada, respectivamente, pelo índice CPOD e TSIF, apresentando diferença estatisticamente significante (ANOVA; p <0,05) nas três localidades: São João de Petrópolis (CPOD 5,32 ± 3,49) e 16 por cento de fluorose; São Roque de Canaã (CPOD 1,88 241 2,22) e 94 por cento de fluorose; Serra de Cima (CPOD 3,96 ± 2,38) e 100 por cento de fluorose. A análise de variância (p<0 05) ainda indicou diferença estatisticamente significante entre as três localidades nas variáveis número de visitas ao cirugião-dentista e presença de selamento biológico, bem como na concentração de íons flúor, fósforo e cálcio na saliva, concentração de fluoretos na urina da manhã e da noite, observados mediante análise laboratoriais específicas. O teste X² indicou diferença estatisticamente significante nas três localidades nas variáveis visitas ao cirurgião-dentista e aplicação tópica de fluoreto. A correlação linear de Peardon foi positiva (p<0,05) entre a concentração dos íons cálcio e fósforo na saliva. Os achados sugerem que os indicadores epidemiológicos de saúde/doença bucal são influenciados pela presença de fluoreto na água de consumo e que a supervisão e a orientação são fundamentais na correta utilização dos compostos fluoretados, aproveitando-se o máximo benefício no controle da cárie dentária com o mínimo risco de ocorrência de fluorose