Correlação histopatológica da eosinofilia tecidual associada a tumores com o índice de malignidade em carcinomas espinocelulares de boca

Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Odontologia de Bauru to obtain the academic title of Professor Livre Docente. Leader:

A eosinofilia tecidual intensa tem sido considerada um fator de prognóstico favorável independente nos carcinomas espinocelulares de boca. O objetivo deste trabalho consiste em verificar se existe correlação entre a intensidade da eosinofilia tecidual e a graduação histopatológica de malignidade nos carcinomas espinocelulares de boca. Um total de 125 pacientes admitidos para tratamento de carcinoma espinocelular de boca com estadiamento II e III, no Hospital do Câncer A.C.Camargo, em São Paulo, foram avaliados quanto as características clínicas, tratamento e evolução, bem como aos aspectos microscópicos referentes às variáveis do índice de malignidade tumoral e a intensidade da eosinofilia tecidual. A relação entre a presença e eosinofilia tecidual e as características clínicas e microscópicas relativas ao índice de graduação de malignidade do front de invasão tumoral, foi analisada por meio do teste de associação do qui-quadrado. As probabilidades de sobrevida acumuladas no período de 5 e 10 anos foram calculadas pelo método de Kaplan-Meier sendo a influência das variáveis clínicas e microscópicas no prognóstico avaliadas pelo modelo de regressão de Cox. O número de eosinófilos presentes nos carcinomas espinocelulares de boca foi classificado em discreto (0 a 26 eosinófilos/'mm POT. 2'), moderado (27 a 83 eosinófilos/'mm POT. 2') e intenso ( > 84 eosinófilos/'mm POT. 2'). Os resultados demonstraram que a os carcinomas espinocelulares com eosinofilia intensa foram significativamente correlacionados com o índice total de malignidade < 10 (p=0,011), com o infiltrado inflamatório mononuclear intenso (p < 0,0001) e com a ausência de comprometimento linfonodal (p=0,009). O índice de malignidade histopatológica não foi fator prognóstico significativo e apenas a eosinofilia tecidual intensa se mostrou fator de prognóstico favorável independente nos carcinomas espinocelulares de boca com estadiamento II e III. Estes resultados sugerem que a eosinofilia tecidual intensa nos carcinomas espinocelulares bem diferenciados de boca reflete com maior fidelidade a evolução tumoral do que o índice histopatológico de graduação de malignidade. A mensuração de eosinófilos teciduais poderá, no futuro, ser útil para abordagem terapêutica nos pacientes com carcinoma espinocelular de boca

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