Eco-epidemiologia da leishmaniose visceral americana na zona da mata do norte de Pernambuco

Publication year: 2005
Theses and dissertations in Portugués presented to the Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães to obtain the academic title of Mestre. Leader: Brandão Filho, Sinval Pinto

Este estudo teve como objetivos caracterizar a eco-epidemiologia da leishmaniose visceral americana (LVA) no município de São Vicente Férrer, identificar hospedeiros reservatórios silvestres e/ou domésticos envolvidos na manutenção da endemia, identificar a(s) espécies(s) de Leishmania e as espécies de flebotomíneos envolvidas na transmissão. Capturas de flebotomíneos foram realizadas entre dezembro de 2002 a novembro de 2003, através de capturas manuais utilizando capturador de Castro, armadilha de Shannon e armadilhas luminosas modelo CDC. Animais silvestres foram capturados com armadilhas do tipo Tomahawk no período de junho a dezembro de 2003. Um inquérito epidemiológico de prevalência da infecção e da doença foi realizado na população de cães através de biópsias da medula e coleta de sangue para a realização dos testes de RIFI e PCR, totalizando a freqüência de 33,3 por cento na localidade de Mundo Novo, e de 4,8 por cento na localidade de Mirim para RIFI e de dois casos positivos por PCR, um em cada localidade. Outro inquérito epidemiológico foi realizado na população humana das duas localidades em um total de 450 indivíduos, dos quais 68(37,6 por cento) foram positivos para IDRM na localidade de Mundo Novo e 47(17,4 por cento) na localidade de Mirim. Com o teste da RIFI, 17(26,2) foram positivos em Mundo Novo e 24 (52,2 por cento) em Mirim. Quatro amostras de Leishmania foram de cães e identificados como Leishmania (L.) chagasi, através de anticorpos monoclonais específicos. 23.156 exemplares de flebotomíneos foram coletados em resquícios de Mata Atlântica, domicílios e peridomicílios, dos quais Lutzomyia (Psychodopygus) complexa obteve predominância com 14.445 (62, 5 porcento) do total, seguido por L. migonei, com 7.677 (33, 2 por cento). L. longipalpis, vetor de L. chagasi, não foi encontrado nesta região. Um total de 60 mamíferos silvestres e sinantrópicos foram coletados, pertencentes a dez diferentes espécies. O marsupial Didelphis albiventris (timbu) e o roedor Nectomys squamipes (rato da água), foram positivos para Leishmania chagasi no teste de PCR. O desenvolvimento deste estudo possibilitou a caracterização de aspectos eco-epidemiológicos envolvidos na trasmissão da LVA nessa área da Zona da Mata, contibuindo para o conhecimento desta endemia em Pernambuco e na implementação de medidas de controle.

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