Identificação de fatores de risco envolvidos no processo de institucionalização do portador de demência

Publication year: 2004
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Curso de Neurociências to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Objetivos:

Identificar entre pacientes e cuidadores familiares, fatores de risco para institucionalização do portador de demência. Verificar o impacto das intervenções de enfermagem no comportamento e estresse dos cuidadores.

Métodos:

Estudo longitudinal que acompanhou por cerca de um ano e meio, 362 sujeitos, pacientes e cuidadores familiares em três diferentes campos: ambulatório, domicílio, e instituição de longa permanência (ILP). Os familiares cuidadores do ambulatório foram avaliados quanto à intenção e risco para institucionalização, e os familiares dos pacientes institucionalizados para verificação das causas. Foram utilizados, no ambulatório e domicílio, sete instrumentos validados para avaliações cognitiva, funcional, comportamental e ambiental. Um protocolo de enfermagem e dois questionários para avaliação do perfil da família e presença de conflitos em sua estrutura. Para os pacientes da instituição, foram utilizados cinco instrumentos de avaliação cognitiva, funcional e comportamental. Exceto o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), todos os instrumentos foram aplicados ao familiar cuidador.

Resultados:

Na primeira avaliação, o risco para institucionalização estava associado ao declínio cognitivo (p< 0,001), e estresse do cuidador (p< 0,001). Na segunda avaliação, o risco se manteve presente no declínio cognitivo e no estresse do cuidador.0 impacto das intervenções de enfermagem no acompanhamento dos pacientes do ambulatório e domicílio, na segunda avaliação, resultou em melhora no estresse do cuidador, no Inventário Neuropsiquiátrico (INP) do paciente e em seu estado geral (p<0,001). Esta melhora, pós-intervenção de enfermagem, foi notada também na instituição, pelos resultados do INP e do estresse do familiar (p< 0,001). Os resultados pós-intervenção, nos pacientes visitados em domicílio apresentaram significância estatística no estresse do cuidador (p= 0,030), no INP geral (p= 0,002) e em alguns subitens da escala INP, como agressividade (p=< 0,001), ansiedade (p= 0,023), apetite (p= 0,050) e disforia (p= 0,02fi). Houve melhora significante também nas atividades diária (AVD) (p= 0,014).

Conclusão:

Os fatores de risco para institucionalização, identificados neste estudo, foram o declínio cognitivo e o stress dos familiares cuidadores. Houve impacto positivo das intervenções de enfermagem na redução do estresse, no comportamento e na função

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