Fibromialgia
Publication year: 2004
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Curso de Reumatologia to obtain the academic title of Doutor. Leader:
INTRODUÇÃO. Fibromialgia (FM) é uma síndrome dolorosa crônica não inflamatória que a despeito da alta freqüência e do grande número de trabalhos realizados permanece controversa. OBJETIVOS. O principal objetivo deste estudo foi investigar a percepção da doença em pacientes do sexo feminino. Os objetivos secundários foram estudar a história de vida dessas mulheres, examinar a trajetória das pacientes durante a sua doença, como lidam e convivem com a nova situação, investigar como as mulheres percebem as causas e examinar se a percepção da FM é influenciada pelo estado econômico. MATERIAL E MÉTODO. A investigação foi realizada utilizando o método qualitativo. Foram investigadas 25 mulheres que preencheram critérios para classificação para a FM (ACR-1990). As pacientes foram selecionadas intencionalmente. A estratégia de amostragem foi do tipo variação máxima de doença, e o tamanho da amostra foi organizado a partir do princípio da saturação. Entrevistas abertas foram realizadas obedecendo a um protocolo semi-estruturado. Onze mulheres pertenciam à classe econômica alta e 14 mulheres a classe baixa. As entrevistas transcritas foram analisadas usando o Grounded Theory. Os conceitos foram agrupados em categorias e subcategorias. RESULTADOS. Cinco categorias emergiram da análise. A) Percepção da doença com as subcategorias Dor, Fatores precipitantes e Legitimidade das queixas. B) Trajetória com Peregrinação, Procurando informação e Papel do médico. C)Modos de Enfretamento e Adaptação com Perdas, Ganhos, Estratégias de adaptação e Expectativas. D) Relação e Fibromialgia e Doença Mental com Antecedentes psiquiátricos e Traços de personalidade. E) Percepção das Causas com História de vida e Abstração-simbolização das causas. CONCLUSÃO. Concluímos que as mulheres percebem a sua doença principalmente como dor. A dor é incapacitante e responsável por afastamentos do trabalho, por alterações na rotina familiar e isolamento social. As mulheres foram marginalizadas e questionadas e sentiram alívio após procurar vários médicos. Elas desenvolveram estratégias de adaptação a partir de suas próprias experiências no âmbito físico e psicológico, se beneficiaram com o tratamento e apresentaram expectativas otimistas quanto à evolução da FM...