Novas visões sobre estrutura, ações farmacológicas e degradação enzimática de heparina e heparonóides de diferentes origens
Publication year: 2004
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Curso de Biologia Molecular to obtain the academic title of Doutor. Leader:
Uma heparina de baixa massa molecular (8,5 kDa) com atividade anticoagulante de 95 UI/mg pelo ensaio da "'United States Pharmacopea" foi isolada do camarão Penaeus brasiliensis. A heparina do crustáceo foi degradada por heparinase e heparitinase II isoladas da Flavobacterium heparinum formando dissacarídeos dissulfatados e dissacarídeo trissulfatado. Ressonância magnética nuclear de 13C e 1H mostraram que a heparina do camarão apresenta grandes quantidades de ácido glucurônico e ácido idurônico não sulfatado. Ensaios in vitro mostraram que as atividades anticoagulantes da heparina de camarão são exercidas principalmente através da inibição do Fator Xa e do co-fator II da heparina. A heparina do camarão apresenta uma potente atividade antitrombótica in vivo comparável com heparina de baixa massa molecular produzida por métodos químicos ou enzimáticos a partir da heparina de mamífero. Estes resultados juntamente com as observações anteriores da presença de heparina em moluscos nos levaram a buscar esse composto em outros fitos de invertebrados. Glicosaminoglicanos sulfatados foram isolados de 23 espécies de 13 fila de invertebrados e caracterizados pela migração eletroforética em três tampões diferentes combinado à degradação enzimática por heparinase, heparitinases e condroitinase AC. Heparam sulfato foi encontrado em todas as espécies analisadas enquanto que condroitim sulfato foi encontrado em 20 espécies e compostos relacionados com a heparina em 12 espécies. Um composto semelhante a heparina foi isolado do equinoderma Mellita quinquisperforata e do caranguejo Ucides cordatus com atividades anticoagulantes de 60 e 52 U.I./mg, respectivamente. Degradação dessas heparinas por heparinase produziu significantes quantidades de dissacarídeo trissulfatado, típico de heparina de mamíferos. Esta observação foi confirmada por espectroscopia de ressonância magnética nuclear de 13C da heparina de caranguejo. Baseado nestes resultados foi feita uma nova árvore filogenética da distribuição dos glicosaminoglicanos em invertebrados
(au)