Alterações na composição corporal comprometem o estado nutricional e de saúde dos indivíduos, inclusive de crianças pequenas. Assim, o diagnostico precoce das alterações da composição corporal é fundamental para prevenir o agravamento da situação nutricional. Portanto, com o objetivo de verificar a pertinência da inclusão do estudo da composição corporal na avaliação nutricional de pré-escolares eutróficos e tentando estabelecer uma relação entre o déficit de massa muscular, as demais variáveis antropométricas e o consumo alimentar, avaliou-se a composição corporal por antropometria e por impedância bioelétrica de 176 crianças eutróficas de um a sete anos, de baixo nível sócio econômico. Destas 37,5 por cento apresentaram área muscular do braço abaixo do esperado e observou-se que estas crianças apresentavam média ponderal e estatural, de comprimento de pernas, de circunferência braquial e torácica e de diâmetro bitrocanteriano menor do que o grupo com adequada área muscular do braço. Quanto à massa adiposa observou-se que as crianças com baixa área muscular do braço não compensam esta deficiência com aumento na adiposidade. O estudo da impedância bioelétrica não contribuiu efetivamente para melhoria da interpretação da composição corporal. Quanto à análise da dieta, observou-se que o grupo com menor massa muscular consome mais energia e carboidratos e há uma tendência a uma maior consumo de alimentos ricos em lipídeos e carboidratos e um menor consumo de proteína de origem animal. Concluiu-se que a inclusão das medidas de pregas cutâneas torna o diagnóstico nutricional de pré-escolares eutróficos de baixo nível sócio econômico, mais preciso, visto que uma parcela destas apresenta reserva protéica inadequada. Os resultados encontrados na avaliação do consumo alimentar podem estar relacionados a uma necessidade de reposição energética e impedindo o agravamento da situação nutricional atual