Anemia do lactente

Publication year: 2004
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Curso de Nutrição to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Objetivos:

Verificar a prevalência de anemia e da etiologia ferropriva em lactentes, e identificar os seus fatores de risco; avaliar um novo método indireto para estimativa dos riscos de anemia, e a imunidade humoral destas crianças.

Métodos:

Estudo transversal foi realizado com 110 lactentes a termo, de 6 a 12 meses de idade, em uma unidade pública de saúde em Goiânia, Brasil. Realizou-se inquéritos socioeconômico, demográfico, reprodutivo, antropométrico e dietético. Colheu-se sangue venoso, em jejum, para análise da hemoglobina, amplitude de distribuição dos eritrócitos (RDW), ferritina, ferro sérico, proteína C-reativa, imunoglobulinas séricas IgA, IgM, e IgG e suas subclasses (IgG1, IgG2, IgG3, IgG4) e os componentes do complemento C3c e C4.

Resultados:

A prevalência de anemia observada foi de 60,9 por cento. Ao se considerar no diagnóstico da anemia a alteração da hemoglobina mais dois índices entre volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM), ferritina ou ferro sérico, a prevalência de etiologia ferropriva foi de 87 por cento. Porém, ao se incluir entre os índices o RDW, a prevalência foi de 97,8 por cento. As melhores correlações entre as variáveis bioquímicas e hematológicas foram hemoglobina e hematócrito (r = 0,95) e HCM com o VCM (r = 0,95). Os fatores de risco identificados pela regressão logística múltipla foram o sexo masculino (OR=2,38), lactentes cujas mães eram donas de casa (OR = 5,01) e residências com mais de três membros (OR = 3,08). A introdução da carne após os 6 meses foi também um fator de risco (OR = 3,3). Houve um efeito dose resposta entre o consumo de leite e a prevalência de anemia ajustada pelo sexo e idade (Efeito = 0,12; IC 95 por cento: 0,02, 0,22). A densidade de ferro (6 aos 9 meses) e a velocidade de ganho de peso (9 aos 12 meses) afetaram significativamente a probabilidade do lactente ter anemia. A anemia e a deficiência de ferro não alteraram a imunidade humoral dos lactentes, ao se utilizar a ferritina como parâmetro. Os níveis de IgG, IgG1, IgG2, C3c e C4 foram significativamente maiores naqueles com redução do ferro sérico. As principais imunoglobulinas que tiveram os níveis aumentados nos anêmicos e não anêmicos foram a IgG, IgG1, e componentes C3c e C4 do complemento...

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