O paradoxo dos indicadores de monitoramento da eliminação da hanseníase

Publication year: 2004
Theses and dissertations in Portugués presented to the Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca to obtain the academic title of Doutor. Leader: Valente, Joaquim Gonçalves

(...) O presente estudo tem por objetivo ampliar o conceito de prevalência oculta da hanseníase, apresentar uma ferramenta para o monitoramento da tendência de eliminação desta doença como problema de saúde pública em áreas de alta endemicidade, indicar o não cumprimento de normas da vigilância epidemiológica preconizados para a eliminação da hanseníase, e estimar o número de casos perdidos pelos serviços de saúde. No primeiro capítulo, apresenta-se a revisão sistemática dos métodos de estimativa de prevalência, assim como a aplicação destes na base de dados oficial de hanseníase do estado de Mato Grosso (1996 – 2001). A análise teve por parâmetro os resultados da intervenção ocorrida naquele Estado em 2001. Verificou-se que as estimativas serviram apenas para indicar a presença de reservatórios de casos em áreas com detecção tardia. No segundo capítulo, utilizando-se da base de dados oficial de hanseníase de Palmas, Tocantins (1997 – 2002), foi avaliada e demonstrada a aplicabilidade da proporção de lesão única de pele entre os casos novos de hanseníase, como potencial indicador de tendência de eliminação em áreas de alta endemicidade. O terceiro capítulo teve por objetivo estimar o yield, ou potencial ganho, com a realização do exame de uma média de quatro contatos intradomiciliares de hanseníase por caso diagnosticado. Foi utilizada a base de dados oficial de hanseníase de Mato Grosso (1998 – 2002). Verificou-se que, em Mato Grosso, o yield médio é de quatro casos para cada 10 casos novos detectados. A perda desses casos por falhas da vigilância epidemiológica na investigação de contatos representa a perda de oportunidade de detecção precoce e principalmente da redução da transmissão da doença. Em conclusão, os casos não detectados entre os contatos intradomiciliares não examinados, representam parte importante da prevalência não conhecida da hanseníase. A investigação destes contatos aumentará à detecção precoce da doença, que poderá ser monitorada pela proporção de casos com lesão única no momento do diagnóstico.

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