O objeto deste estudo é a repercussão da formação de graduação em enfermagem na representação social do cuidar exercido por auxiliares de enfermagem com título de enfermeiro que ainda permanece nessa função auxiliar de contexto hospitalar. Este é um estudo descritivo com abordagem qualitativa desse fenômeno psicossocial. A pesquisa teve como objetivos - analisar as representações sociais desse grupo auxiliar com graduação em enfermagem sobre o cuidar e discutir as repercussões na prática, encontradas por esse grupo, através de suas representações sociais do cuidar associadas com a nova formação profissional. 0 referencial teórico-metodológico está fundamentado nos processos formadores das representações sociais da escola Moscoviciana, da objetivação e da ancoragem. Os conceitos de habitus, campo, capital cultural e poder simbólico de Bourdieu (1990, 1992 e 1998) ofereceram subsídios que possibilitaram a análise e a discussão das repercussões encontradas na prática através das representações sociais desse grupo de auxiliares de enfermagem associadas com a nova formação profissional. Participaram da pesquisa 13 auxiliares de enfermagem com graduação de enfermeiro, profissionais do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, situado no Município do Rio de Janeiro / Brasil. O trabalho desenvolveu-se no período de julho de 1999 a novembro de 2000. Os dados foram coletados através de entrevista semi-estruturada. O caminho percorrido levou ao estudo do cuidar como prática da enfermagem, ao mundo de trabalho da enfermagem e a análise da mobilidade social pretendida com a busca da graduação e conquista do capital cultural. A análise do conteúdo temático das entrevistas possibilitou sua interpretação com a compreensão de que a prática de auxiliar de enfermagem alicerça o conhecimento teórico do enfermeiro, até com uma nova dimensão holística de uma (re)atualização na prática.

O capital cultural foi percebido com duas características subjetivas:

o enfoque de "status" {habitus) para o novo saber-pensar e aprender a olhar como repercussão para o cuidado; o outro enfoque foi intermediado pelos limites fronteiras (legais e políticos) que geram as imagens de estar enfermeiro nesse contexto hospitalar.