Prevalência dos transtornos mentais e perfil sócio-econômico dos usuários atendidos nos serviços de saúde em municípios paraibanos

Publication year: 2005
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal da Paraíba. Centro de Ciências da Saúde to obtain the academic title of Mestre. Leader:

A saúde mental ainda não é vista como prioridade nas ações de saúde e o planejamento e a avaliação de ações de assistência à saúde dispensada aos doentes mentais são prejudicados pelo pequeno número de estudos epidemiológicos que são incipientes. Estudos recentes ressaltam que os transtornos mentais atingem cerca de 12 por cento da população geral, representando uma das quatro, entre dez principais causas de incapacitação no mundo. Este estudo, do tipo ecológico, foi desenvolvido no Estado da Paraíba, em todos os municípios que possuem o Programa de Saúde Mental, com a finalidade de se traçar o perfil sócio-econômico e identificar a prevalência de transtornos mentais dos usuários atendidos no Programa de Saúde Mental. O Estado da Paraíba possui 223 municípios, dos quais 157 têm o Programa de Saúde Mental. Fizeram parte da população do estudo 61.873 casos, que constitui o número de usuários atendidos no Programa de Saúde Mental, nos 60 municípios, que enviaram os Boletins Estatísticos Mensais, durante o ano de 2004. Os resultados evidenciam que os diagnósticos do grupo F20-F29 Esquizofrenia e Transtornos esquizotípicos e delirantes apresentem um total de 15.075 (24,4 por cento) casos, seguidos pelo grupo G40-G47 Transtornos episódicos e paroxísticos, com 13.591 (22,0 por cento) casos e, em terceiro lugar, o grupo F40-F49 que englobam os Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o "stress" e transtornos, somatoformes com 12.030 (19,4 por cento) casos. A amostra caracteriza-se por não apresentar diferença em relação ao sexo, mas, na faixa etária, existe a predominância de 20 a 39 anos. A conduta terapêutica predominante é a medicamentosa, com 57.510 (94,5 por cento) casos. Esses resultados, revelam uma hegemonia do modelo de tratamento biomédico, fundamentado exclusivamente na prescrição de psicofármacos e sugere o redirecionamento no que se refere ao controle e monitoramento dessas medicações. Evidenciamos, também, a falta de um sistema de informação específico ou, pelo menos, que contemplasse a área de saúde mental. Avaliamos que os municípios pesquisados ainda carecem de uma Política de Saúde Mental com ênfase no modelo comunitário e na atenção ao portador de transtorno mental, conforme preconiza o Projeto da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Os resultados do estudo apontam para a necessidade da realização de outras pesquisas nos municípios paraibanos para buscar respostas para as indagações surgidas e a realização de estudos semelhantes...

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