Desenvolver uma experiência pedagógica com a abordagem do conteúdo de ensino "Violência contra a mulher" no Curso de graduação em Enfermagem, na Área da Saúde e Mulher. Em função de várias áreas de conhecimento envolvidas no presente estudo, sentimos a necessidade de buscar referenciais teóricos que nos subsidiassem para uma melhor compreensão do fenômeno da violência contra a mulher, assim como, do papel do órgão de ensino formador e sua relação com as Políticas Públicas, em especial, a da Saúde da Mulher, no que diz respeito aos cuidados a serem oferecidos às mulheres que vivenciam situações de violência. A modalidade do estudo caracteriza-se por ser um Estudo de Caso, numa Instituição Pública de ensino Superior no RJ, onde inserimos a temática da Violência Contra a Mulher no Planejamento Curricular Integrado do 6º período do Curso de Graduação em Enfermagem, junto às docentes e discentes da Área da Saúde e Mulher.Realizamos um diagnóstico acerca do programa curricular da área e das percepções e conhecimentos dos atores sociais envolvidos, antes, durante e depois da inserção da temática, o qual foi realizado através de questionários, grupos focais e entrevistas individuais, variando com a etapa da pesquisa e os atores sociais. Analisarmos os documentos e os discursos das docentes e discentes, utilizando uma abordagem qualitativa e a técnica de análise de conteúdo (temática).Verificamos que, antes da inserção da temática, a abordagem sobre essa atuação não se encontrava, adequadamente, programada no Curso. Docentes e discentes apresentam-se sensíveis à temática, porém não direcionavam sua prática de ensinar/cuidar especificamente para a situação de violência, cuidavam a partir de experiências pessoais e conceitos próprios sobre a situação. Dentre outros resultados encontrados, percebemos que as discentes: ampliaram as concepções teóricas e conceituais; descobriram a violência como um problema de saúde pública; identificaram e tipificaram os diversos tipos de violência e suas manifestações; valorizaram a categoria gênero na interpretação da violência contra a mulher; ampliaram seu compromisso profissional e de cidadão na promoção à saúde e prevenção da violência contra a mulher; e consideraram de extrema importância para o bom êxito da inserção da temática na formação da enfermeira, um currículo integrado, inovador, crítico, onde os conteúdos de ensino possam ser desenvolvidos utilizando uma pedagogia problematizadora, transformadora da realidade.